No início de dezembro, em algum lugar próximo ao Trópico de Capricórnio, vários anjos reuniram-se atendendo a um pedido de Gabriel, o anjo representante da Lua na Terra.
01/12/2017
Orquestra Sinfônica Mundial das Árvores de Natal
No início de dezembro, em algum lugar próximo ao Trópico de Capricórnio, vários anjos reuniram-se atendendo a um pedido de Gabriel, o anjo representante da Lua na Terra.
20/07/2017
AS AVENTURAS DE REX E ZENDAH NO ZODÍACO (Àries)
Rex e Zenda no Zodíaco - Na Terra do Carneiro (Áries) - Imagem do original da revista "Rays from the Rose Cross", editada por Rosacruz e Devoção |
Porque o calor aumentasse muito, Rex e Zendah perceberam estar próximos do último porto, o do Carneiro. Pela primeira vez em todas as suas aventuras, Rex e Zendah estavam realmente assustados. Por um momento, chegaram até a ter medo. Onde esperavam encontrar um portão, havia uma muralha de chamas saltitantes, impetuosas, crepitantes, tão alta que parecia tocar o céu. Pararam para olhar essa muralha e viram todas as tonalidades do verde, do azul, do vermelho e do lilás, onde, antes viam somente amarelo. Cada cor parecia emitir uma nota musical, sendo agradável vê-las e ouvi-las.
— "O Último portão" disse Rex após alguns minutos. “E parece difícil transpô-lo. Veja, entre as chamas há uma buzina, mas como faremos para atingi-la e fazer soar o alarme?"
— "Bem", replicou Zendah, "a senha desta terra é coragem. Será melhor vermos se podemos chegar perto dela".
De mãos dadas, pouco a
pouco eles foram se aproximando. Estranho como possa parecer, o calor não
aumentava à medida que eles se aproximavam do portão. Afinal chegaram bem perto
das chamas. Rex, ousadamente esticou seu braço e verificou que podia pôr a mão
na buzina sem se queimar. Toucou-a; houve um outro som em resposta, do outro
lado do portão. As chamas dividiram-se, formando dois pilares recurvados e
enrolados na parte superior, como chifres.
Unia-os uma espécie de corrente de fogo vermelho, da qual pendia uma cortina de chamas de cor rosada. Os pilares eram dourados e muito brilhantes. A buzina de dentro tornou a soar, e após veio a pergunta:
— "Quem ousa chegar a este portão?
Os meninos responderam conforme estava nas instruções:
— "Rex e Zendah, com coragem, ousam penetrar na Terra do Carneiro".
— "Atravessem o fogo", mandou a voz.
Isto parecia difícil. Os meninos entreolharam-se por um ou dois minutos, mas nenhum deles disse que o outro estava com medo. Aproximaram-se mais do portão e viram que a cortina de chamas se abriu pelo meio, possibilitando a entrada sem que eles se queimassem, embora as chamas fossem ameaçadoras. Atravessando a cortina de chamas, chegaram a uma terra de sol radiante. Era tão brilhante que eles sentiram vontade de pular e cantar.
Ninguém os esperava como acontecera em outras terras. A sua frente estendia-se grande campo silvestre com florestas enormes, selvagens, mas bonitas. Não se via nenhuma estrada. Perto, encontraram duas machadinhas que, evidentemente, eles deviam apanhar, pois havia um cartaz no qual se lia:
"Usem-me; servirei para desbravar caminhos difíceis."
"Não parece haver
nenhum caminho", disse Rex, apanhando as machadinhas e dando uma a Zendah.
"Gostaria de saber que direção devemos tomar."
— "Sigamos o Sol", propôs Zendah. 'Devemos chegar a algum lugar.
Partiram por aquela terra selvagem, trepando pedras, atravessando bosques onde tiveram de abrir caminho usando as machadinhas. Isso era mais divertido do que enfadonho. Afinal, depois de algum tempo, chegaram a campos cultivados e viram algumas casas. Ao saírem do bosque, depararam com enorme carneiro branco. Dos chifres enfeitados do carneiro pendiam campainhas. Os campos estavam cheios de ovelhas, mas o carneiro, de alguma maneira, fez Rex e Zendah compreenderem que deviam segui-lo. Era por certo, um carneiro sábio!
Lá se foram eles atrás do carneiro.
O sol estava muito quente
e a brisa era forte, mas eles sentiam-se vigorosos e podiam caminhar sem
cansaço.
Afinal chegaram a uma estrada cheia de casas. Da maior delas saía barulho de máquinas e de pancadas de martelo. Pararam para olhar, pois todas as portas e janelas estavam abertas. Dentro, vários homens trabalhavam com ferramentas, máquinas e forjas, alguns malhando o ferro aquecido ao rubro.
"Que estão fazendo?" Perguntaram a um homem que saía da casa.
- "Tudo o que se pode fazer com o ferro", respondeu o homem. "Todas as ferramentas que se usam no campo para arar e colher, e agora, triste é dizê-lo, fazem também espadas e canhões e todas as coisas que os homens precisam na guerra. Teremos de fazer essas coisas até que os homens acabem de combater. Então, a energia do carneiro será utilizada somente para fazer ferramentas úteis."
Durante alguns minutos ficaram observando aquela afanosa colmeia humana, vendo as centelhas pular do ferro, de quando em quando. Por fim, recomeçaram a seguir o carneiro. Pela estrada vinha ruidoso grupo de cavaleiros que resplandeciam ao sol. Parando seus cavalos perto dos meninos, estes verificaram que eram cavaleiros vestidos com a armadura real. O chefe saudou-os com sua espada.
- "O Rei quer vê-los
imediatamente", disse ele, "e mandou buscá-los. Montem ligeiro e
sigam-nos."
Rex foi convidado a encabeçar a tropa por ser uma visita especial, já que estava visitando sua própria terra. Cavalgaram depressa. O vento revolvia seus cabelos, tal a velocidade com que iam. Atravessaram clareiras onde havia cabanas; passaram por cidades que pareciam ter sido acabadas de edificar, até que por fim chegaram à Cidade de Marte.
O palácio estava numa elevação. Era todo construído de mármore vermelho polido. Era esplendoroso e brilhava como fogo sob os raios do Sol. Os meninos não pararam para observá-los. Subiram logo as escadas que conduziam à entrada do palácio, onde os outros cavaleiros vieram ao seu encontro. Estes últimos traziam túnicas brancas sobre suas armaduras, com o emblema da cruz e do carneiro bordado a ouro vermelho. Alguns deles não muitos tinham túnicas vermelhas e cruzes brancas. Cada cavaleiro tinha um pajem, um rapazinho de cabelos ruivos que vinha à frente, carregando a espada e o elmo do cavaleiro, feito também de aço forjado.
Rex e Zendah foram escoltados através das passagens e da longa escadaria de degraus de pedra verde-escuro até em cima, onde encontraram um homem idoso vestindo hábito de monge.
- "Vocês têm algo muito importante a fazer", disse ele.
"Nesta sua visita, que é a última, recebemos ordens de sagrá-los Cavaleiros do Sol, se prestarem juramento. O fogo pelo qual passaram no portão de entrada foi a primeira prova. Vocês prometem, Rex e Zendah, falar sempre a verdade, não terem medo, combater pelos fracos e serem leais ao nosso Rei?"
Os meninos responderam: - "Sim".
O senhor idoso colocou-lhes então sobre os ombros uma longa capa com uma cruz vermelha na parte posterior e mandou que eles o seguissem até a sala e que não falassem até receber ordem para isso. Era uma sala muito bonita, tão alta que não se via o teto. As paredes eram de cor-de-rosa pálido; os pilares de magnífico vermelho, como uma papoula. Cavaleiros, em suas armaduras brilhantes, permaneciam em "sentido" ao longo das paredes que tinha bandeiras de todos os países espalhadas, algumas novas, outras gastas ou rasgadas. O trono não estava no lugar habitual, mas no centro da sala. Frente a ele, no fundo da sala, havia um altar. A janela por trás do altar tinha a forma curiosa de uma espada, indo do chão ao teto. O punho da espada formava o diâmetro de uma estreita janela circular com doze divisões, cada uma com vidro de cor diferente.
Devagar, os meninos seguiram o senhor idoso até o trono onde estava o Rei Marte sentado, vestido com maravilhosa roupagem vermelha e ouro, tendo à cabeça uma coroa de aço polido. Marte cumprimentou-os e disse-lhes:
"Fui comissionado por nosso Senhor, o Sol, para sagrá-los seus cavaleiros; esta é grande honra. Vocês prometeram obedecer às leis dos cavaleiros e assim, quando chegar o momento oportuno, vocês me seguirão até as almofadas que estão diante do altar. Vejam que o fogo do altar não está aceso; somente uma vez por ano o Sol acende o Fogo Sagrado para mostrar que a Terra despertou para seu trabalho anual com seu auxílio. E nessa ocasião que são admitidos aqueles que se qualificaram para serem sagrados Cavaleiros do Sol."
Defronte do altar, do
lado direito, estava em pé um arauto com uma trombeta. De cada lado, sentados,
seis tambores. Os tambores rufaram. Marte deixou seu trono e caminhou até
defronte do altar. Rex e Zendah seguiram-no e ajoelharam-se nas almofadas.
Ouviu-se uma nota clara, tocada na trombeta e nesse momento um grande facho de
luz solar brilhou através da janela em forma de espada, atingiu o altar em seu
percurso, brilhando sobre Marte e os meninos ajoelhados aos seus pés.
A madeira aromática
incendiou-se e nuvens de fumaça ergueram-se no ar. Nas nuvens de fumaça viram o
rosto do Senhor Sol sorrindo para eles, desaparecendo a seguir.
Enquanto eles estavam banhados pela luz do sol, Marte retirou sua espada e batendo com ela levemente no ombro de cada um dos meninos, exclamou:
- "Levanta-te, Cavaleiro do Sol, toma tua Espada de Luz semelhante à do Rei Artur e, com coragem e destemor, combate o Dragão do Egoísmo no mundo, sem jamais desesperar, seja qual for a dificuldade da tarefa."
Os meninos levantaram-se.
Os pajens cingiram-nos com cintos vermelhos e entregaram-lhes espadas luzidias
em cujas copas seus nomes apareciam feitos brilhantes.
Todos os cavaleiros que estavam na sala desembainharam as espadas e saudaram-nos. Foi um lindo espetáculo ver tantas espadas brilhando no ar.
Logo depois, os dois tomaram
seus lugares, já como cavaleiros, ao lado de Marte e esperaram que estes
assinassem os passaportes, para que os cavaleiros pudessem, durante o próximo
ano, seguir para terras estrangeiras onde combateriam a favor dos oprimidos.
Marte disse a cada um deles, enquanto apunha seu selo vermelho sobre o passaporte:
- "Segue com coragem, irmão, e vence todas as dificuldades."
Aos poucos o facho de luz solar foi se extinguindo. Marte virou-se para os meninos e disse-lhes que era hora de partirem. Saudando-o com suas espadas novas, os meninos fizeram meia-volta e saíram do palácio, tomando de novo seus cavalos que os esperavam na entrada.
Os Cavaleiros os seguiram até o portão de entrada e depois de saudá-los com suas espadas, os meninos logo estavam do lado de fora do portão.
"Nossas aventuras terminaram, Zendah", suspirou Rex; "agora voltemos para casa”.
"E vocês verão que isso não é fácil sem mim", gritou uma voz.
Voltando-se os meninos viram Hermes.
- "Bem, vamos rápido. Quando chegarem em casa, ajudarei vocês para se lembrarem de tudo o que viram e ouviram. Estão ansiosos para usar os talismãs? Então, cada mês, pensem na palavra-senha correspondente e logo verão que poderão usar o talismã durante todo o mês. O uso que vocês poderão fazer deles, depende da prática. Vejam: aqui estão as outras chaves para abrir o Livro da Sabedoria; estas chaves vocês poderão usar quando forem mais velhos”.
Hermes segurou os meninos pelas mãos e voou de volta para a terra, tão depressa que não tiveram tempo de contar até dois e já estavam no seu quarto.
"Agora", disse
Hermes, "saiam bem devagar dos seus trajes estelares para se lembrarem de
tudo pela manhã."
Tocou-os com seu báculo e... a primeira coisa que eles lembraram é que estavam sentados na cama, o sol alto, brilhando pela janela e sua mãe dizendo:
"Vocês demoraram a levantar hoje."
- "Oh! Mamãe, passamos momentos deliciosos. Estivemos na Terra das Estrelas com Hermes. Você se lembra de nos ter encontrado na Terra do Caranguejo?"
Mamãe sorriu. - "Então vocês também se lembram? Vocês estão de parabéns, pois não são todas as crianças que Hermes leva às Terras do Zodíaco."
EPILOGO
As aventuras chegaram ao fim. Mas vocês poderão encontrar as portas da entrada das Terras do Zodíaco se por elas procurarem. Vocês verão que será mais fácil visitar umas terras do que outras. De certo isso depende de qual fada haja sorrido sobre o berço de cada um, quando nasceu, dando-lhe o talismã e a senha do seu signo natalício. Se foi o Rei Netuno quem sorriu para você ou se foi a Senhora Lua, você terá para contar, quando acordar, aventuras ainda mais excitantes do que as de Rex e Zendah. E então você poderá escrevê-las para outras crianças lerem.
Melhor que tudo, se você
conseguir persuadir Hermes, o mensageiro dos Deuses, a tocá-lo com seu báculo
mágico e a dar-lhe seus sapatos alados, eles serão seu passaporte para todas as
Terras das Estrelas.
17/06/2017
AS AVENTURAS DE REX E ZENDAH NO ZODÍACO (Touro)
Uma muralha de pedra, sólida e preta apareceu aos olhos de Rex e Zendah quando se aproximaram da terra do touro. Levantava-se reta e lisa; não se via uma falha. Mais ou menos a seis pés de altura do chão havia muitas esculturas; rostos pequenos, pássaros e animais semelhantes aos que fossem descobertos nas escavações feitas nos desertos do Egito. Os rostos eram esculpidos, sobressaindo ligeiramente da superfície da muralha e o conjunto escultural tinha por fundo linda pedra azul para fazer com que as esculturas sobressaíssem.
Defronte da muralha o chão era arenoso; tão seco que a cada passo que se dava erguia-se uma nuvem de poeira. Os meninos sabiam que era difícil encontrar o Portão do touro, pois estava escondido, e por isso eles começaram a examinar cuidadosamente toda muralha. De súbito, Zendah tropeçou em alguma coisa no chão. Afastou a areia com as mãos e encontrou um alçapão de pedra, quadrado, tendo no meio uma argola de cobre que repousava num cavado feito de pedra. Rex pegou a argola e deu-lhe um puxão, mas a argola não se moveu. Zendah também tentou, mas nada conseguiu.
Súbito, lembraram-se: 'temos de botar no cavado em que está a argola, o pó azul que Hermes nos deu, e colocar as joias que ganhamos na Terra do Escorpião-Águia e na do Homem do Jarro, uma de cada lado, e a joia do Leão por baixo. Depois disso vamos esperar para ver o que sucede".
Olharam para as instruções que Hermes lhes dera para se certificarem se era isso que deveriam fazer. Era isso mesmo. Zendah ajoelhou-se e pôs o pó no cavado e arrumou as joias da maneira ordenada. Um minuto depois, subiu uma espiral de fumaça do pó e a terra tremeu tão forte que Rex e Zendah caíram um de cada lado do alçapão.
Ao se levantarem constataram estar ao lado de uma abertura feita no chão. O alçapão estava suspenso de um lado como uma tampa de caixa. As joias enfileiradas adiante, prontas para eles apanharem-nas de novo. A abertura do alçapão era o princípio de uma escada de pedra. Os meninos pensaram que ali estava a entrada da Terra do Touro. Desceram a escada até o fundo onde viram uma arcada com uma porta de pedra na qual havia uma aldrava para bater, em forma de cabeça de touro. Rex deu duas pancadas e ouviu-se uma voz:
- "Quem é?"
- "Rex e
Zendah".
- "A senha?"
perguntou de novo a voz.
- "Força".
A porta caiu para trás e eles tiveram de subir por ela para poderem entrar. O Guardião do portão era uma pessoa alta e estava com um capacete semelhante a cabeça de um touro. Que figura esquisita!
À entrada estava parada uma robusta mulher usando vestido branco com cinto azul. Seus ombros estavam encobertos completamente por um colar chato, de pedras azuis. Uma cinta de cobre mantinha seus cabelos castanho-escuros em ordem. Na frente da cinta havia um ornamento feito de chifre.
- "Sejam bem-vindos à Terra do Touro", disse ela. "Possa nossa amizade durar tanto quanto são fortes e duradouros os nossos alicerces". Afastando-se para um lado, conduziu os meninos para dentro onde estava parado um carro puxado por dois bois brancos com uma coroa de flores nos chifres. Depois dos meninos subirem para o carro, ela subiu na frente e dirigiu a carruagem.
As estradas eram largas e lisas, muito bem conservadas. Não viajaram muito, mas assim mesmo tiveram tempo para olhar os arredores. A primeira parte da terra por que passaram era campo; por toda parte viram homens e mulheres atarefados em arar e plantar. Todos pareciam saudáveis e vigorosos. A maioria possuía esplêndida cabeleira castanho escuros e grandes olhos também dessa cor. Todos cantavam enquanto trabalhavam. Onde havia muitos juntos, podia-se ouvir quase que um concerto. Em alguns lugares as sementes já germinavam. Parecia não haver lugar que não fosse cultivado.
Pouco adiante viram homens abrindo novas estradas e fazendo as fundações de edifícios. Os edifícios eram fortes e bem feitos. As paredes muito grossas e feitas de pesados blocos de pedra. Parecia que durariam para sempre depois de prontos.
Nas casas já habitadas, os meninos verificaram que cada uma tinha um pequeno campo onde um touro ou uma vaca pastava ou estava deitado, aquecendo-se ao sol. De fato, havia, tanto gado nessa terra quanto cavalos na Terra do Arqueiro.
Logo chegaram à Cidade do Touro. Era um quadrado perfeito, tendo aos lados altas e maciças paredes nas quais havia entradas frente ao norte, ao sul, a leste e a oeste. A carruagem parou no portão norte e eles seguiram seu guia a pé pela cidade. As ruas estavam cheias de pessoas; e como trabalhavam. Parecia que tinham tudo que você possa imaginar para vender. Havia mercadores de as partes do mundo tentando vender suas mercadorias dos donos de lojas.
Em algumas lojas havia
nas vitrines toda a sorte de coisas boas para comer. Só de olhá-las, ficava-se
com fome.
Estava difícil afastá-los dali porque havia muitas coisas bonitas para se ver; mas afinal, foram para a parte central do mercado, onde se erguia o edifício principal da terra. Havia uma fonte em cada canto, surgindo das costas de quatro touros de mármore, pois este grande edifício, como toda a cidade, era um quadrado perfeito. O portão de entrada estava guardado por homens com capacetes semelhantes ao que usava o Guardião da entrada da Terra. Suas túnicas curtas eram azuis e seus escudos brancos, com um touro preto como ornamento.
Rex e Zendah estavam certos de que esse palácio não poderia sair dali; era tão sólido e tão estável quanto era móvel e aéreo o palácio de Hermes. Já no seu interior, os meninos ficaram embasbacados; estavam na parte mais bonita do edifício; cada parede, soalho ou corredor era de desenho diferente feito de pedra de várias cores e feitios.
Para poderem entrar na sala principal tiveram de afastar as cortinas de cor azul celeste. O teto da sala estava pintando de forma a parecer o céu estrelado. Ao redor havia grandes pilares com figuras pintadas semelhantes àquelas da entrada da terra.
O trono tinha por braços touros entalhados e em cima, na parede que ficava por trás, havia grande janela em forma de crescente lunar.
Uma mulher que estava sentada no trono sorriu para os meninos e pouco depois viram que ela era a Rainha Vênus, embora parecesse algo diferente, o que fez com que não a reconhecessem imediatamente. Seu vestido estava todo dobrado ao seu redor, em tantas dobras que ela estava quase escondida, mas seu pescoço e seus braços estavam nus. Usava magnífico colar de esmalte azul com correntes de esmeraldas pendentes e em sua cabeça tinha uma coroa feita de estreita tira de cobre os quais brilhava com círculo de prata.
Já era tarde porque a noite começara a cair enquanto eles iam para o palácio. A lua cheia apareceu brilhando através da janela bem por cima da cabeça da Rainha. Nesse preciso instante um órgão, no fundo do salão, começou a tocar suavemente e vozes em coro cantaram uma canção de agradecimento que, em constante crescente, terminou fortíssimo.
No momento de silêncio
que se seguiu, Rex e Zendah viram a figura do quarto grande Anjo, com uma
estrela na fronte, muito semelhante aos outros Anjos que haviam visto, com a
única diferença que este possuía asas azuis.
Abriram-se as cortinas e uma procissão de pajens apareceu conduzindo bandejas de cobre. Era o festival das Ofertas da Terra. Essas ofertas consistiam em sedas, sementes, buquês de violetas, ornamentos de ouro e de prata, tudo tão bonito! No fim de tudo apareciam vasilhas cheias de moedas de ouro e de prata.
Mercadores de todas as cores e raças davam suas graças. Arquitetos trouxeram seus planos. Durante todo o tempo que durou a procissão de dádivas, o coro entoou a canção da Abundância da Terra.
Cada pajem, à medida que entrava, ocupava determinado lugar a direita ou à esquerda do trono. Depois de terem entrado todos os pajens, Rex e Zendah viram que estavam esperando por eles, para se apresentarem diante do trono. Ficaram muito encabulados pois nada tinham para oferecer.
A Rainha Vênus sorriu e disse:
- "Não esperamos que nossas visitas nos façam ofertas; ao contrário, somos nós que lhes damos algo, para levarem consigo. Por certo já perceberam que nesta terra há abundância de tudo o que proporciona conforto e bem estar. Eis aqui a bolsa mágica que nunca se esvazia desde que você dê um pouco do seu conteúdo a outro que dele precise ou toda vez que você gastar algum dinheiro com você. Ela lhe dará riqueza, Rex, mas use-a com sabedoria. A você Zendah, concedo o Dom da voz, Dom mais precioso do que o ouro".
Tendo tocado a garganta
da menina com sua varinha ornada com violetas, Vênus colocou-lhe em torno do
pescoço um colar de esmeraldas. Zendah sentiu vontade de cantar.
Rex ficou admirado, pois nunca ouvira a irmã cantar, antes. Quando Zendah terminou a canção, a Rainha Vênus acenou aos meninos e ambos subiram os degraus do trono. Vênus abraçou-os e beijou-os.
- "Agora, sentem-se aí defronte, nessas almofadas, para vocês serem transportados ao portão da próxima Terra".
O órgão tocou um acorde lento e de novo as vozes do coro entoaram algumas palavras que os meninos não compreenderam. Ao final, a própria Rainha Vênus juntou-se ao coro. As luzes como que se apagaram e eles foram descendo, descendo, como se estivessem penetrando na terra e, de repente... um súbito barulho como se fechasse uma porta... e mais uma vez, com o quarto terremoto, estavam do lado de fora do Portão do Touro.
21/05/2017
AS AVENTURAS DE REX E ZENDAH NO ZODÍACO (Gêmeos)
Rex e Zenda no Zodíaco - na Terra dos Gêmeos Imagem do original da revista "Rays from the Rose Cross", editada por Rosacruz e Devoção |
Original de Esme Swajnson.
Todo o castelo estava sobre um mar de mercúrio e se movia incessantemente sobre este mar. Unicamente ao meio dia e à meia noite em ponto o castelo estava no meio e essa era a ocasião em que se podia voar para a entrada. Em outra ocasião, seria impossível chegar ao castelo.
_"Agora", disse-lhes o guia, "observem atentamente e sigam-me, no momento em que o castelo estiver no meio, pois de outra forma vocês não poderão ver Hermes enquanto estiverem na terra."
Ouviram-se badalar os sinos do alto da torre da esquerda. Quando pararam de soar, duas notas profundas saíram dos sinos da torre da direita. Chegara o momento. Eles, tinham que voar para a entrada com a velocidade do pensamento e estavam sem fôlego quando chegaram aos degraus da escadaria. Imediatamente o castelo pôs-se a mover, novamente, mas de onde eles estavam parecia-lhes que a terra é que se movia e não o castelo.
No pórtico, dois pagens, um menino e uma menina, puxaram as cortinas. Eram tão parecidos que Rex e Zendah exclamaram:
_ "Mas vocês são gêmeos!"
Os dois se entreolharam e sorriram:
"Só os gêmeos são utilizados no Palácio de Hermes."
Tudo eram em pares, até as paredes de onde pendiam espelhos coloridos de tal maneira que se você parasse um instante, veria dois de você . Atravessando a ponte e subindo ao topo das torres, entraram na sala do trono que estava suspenso e ladeado por cortinas amarelas amarradas a báculos, lá em cima, nas paredes.
Os pagens disseram que essas cortinas eram mudas constantemente, havendo um modelo diferente para cada dia, pois, quem naquela terra, desejaria ver sempre a mesma coisa?
No meio da sala havia espelhos, como nos corredores, e também estátuas de homens correndo ou voando. em cima pendiam inúmeras fileiras de sinos de prata. No fim da sala, erguiam-se duas plataformas, cada uma com um trono,: um amarelo, e o outro púrpura. Hermes estava sentado no amarelo. Sorriu e deu as boas vindas aos meninos.
_" Imagino que vocês querem saber porque tenho dois tronos, não?" Quando todos, nesta terra, fazem tudo direito, uso o trono amarelo, mas quando encontro algo errado, o que acontece às vezes, uso o trono de cor púrpura.".
_" Toquem os sinos de boas vindas". gritou ele elevando o seu cetro. Os sinos executaram alegre canção.
_"Tudo aqui é juventude, atividade e prazeres, mas há também uma lição a aprender".
Dizendo isso, Hermes levou-os a um pequeno quarto situado ao lado da sala. Aí os meninos viram uma caixa sobre a mesa, cercada de estranhos instrumentos. Sobre a parede liam-se as palavras:
AS AVENTURAS DE REZ E ZENDAH - O COMEÇO
As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco – tradução pela Fraternidade Rosacruz – Sede Central do Brasil publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980 - 81. O original de Esme Swajnson.foi publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61 e novamente nos anos 1996-97.