02/06/2021

Signo de Câncer: Amor ao Lar

 CÂNCER: AMOR AO LAR

—Divirta-se e não se preocupe, gritou Amy quando sua mãe subiu no avião. Amy esperava poder dirigir a casa enquanto a mãe estivesse fora, por uma semana, visitando o irmão, e achava absurdo sua mãe ter medo de deixá-la tomando conta de tudo na casa.

Eram as férias da primavera, assim Amy estava livre para se dedicar inteiramente ao lar e à família, e para ela isso era tão divertido como se viajasse. Já tinha planejado uma série de jantares elaborados para seu pai e seus dois irmãos, e tinha prometido aos garotos fazer panquecas todas as manhãs, se eles quisessem. Iria forrar os armários da cozinha com novo papel de prateleira, preparar uma quantidade de pratos que pudessem ser congelados, assim a mãe não teria que ir para a cozinha logo que chegasse em casa, e talvez até pintasse o seu quarto. Mas, seu grande projeto sobre o qual não tinha falado nada, era fazer cortinas novas para a sala de visitas. As velhas estavam desbotadas, e a mãe já tinha algumas vezes falado vagamente em substituí-las.

Na volta do aeroporto, Amy parou para comprar o tecido — uma linda cor bronze-dourado que ia combinar com o tapete e clarear a sala. Ela queria começar a fazê-las imediatamente, mas, como já era tarde, achou melhor começar a preparar o jantar e esperar para começar as cortinas na manhã seguinte.

De manhã, os garotos reclamaram pelas suas panquecas e Amy teve que preparar duas receitas, senão ela ia ficar sem nada. Quando ela estava lavando a louça, seu irmão mais velho avisou que estava faltando um botão na sua camisa e que sua calça precisava ser passada. Recusou-se a seguir a sugestão de Amy para que usasse outra coisa, por isso ela teve que cuidar das suas roupas. Mais tarde, quando estava arrumando as camas, seu irmãozinho se queixou que não conseguia achar sua luva de baseball porque a mamãe tinha arrumado o quarto. Amy achou-a dentro do armário, no lugar certo.

Depois, como era sábado, achou melhor limpar a casa antes de começar as cortinas, e mal tinha guardado o aspirador, os rapazes chegaram pedindo o almoço. Ai, ela se lembrou que ainda não tinha ido fazer as compras, nem mesmo tinha feito a lista. Depois do almoço, preparou os cardápios para a semana, foi fazer compras e voltou para casa carregada de mantimentos e muito cansada. Ela se recostou por meia hora com uma revista e depois, tendo já passado o vestido que ia usar nessa noite e regado as plantas de dentro de casa, achou que era muito tarde para começar o seu grande projeto.

O domingo estava todo preenchido com a ida à igreja, jantar de domingo para o qual os avós tinham sido convidados, um convite à tarde para uma partida de tênis e, assim, sendo, na segunda-feira, Amy estava ocupada lavando, passando roupa e cozinhando de novo. Tinha prometido tomar conta das crianças do vizinho na terça-feira, e embora conseguisse cumprir a rotina caseira, com duas crianças pequenas no meio do caminho, ainda não conseguiu começar as cortinas. Na quarta-feira de manhã, Amy achou melhor arrumar a desordem que se acumulou no quarto de seu irmão menor, uma vez que ele havia ignorado seu pedido d'ele mesmo arrumá-lo. Conseguiu também, limpar e forrar de novo os armários da cozinha. Na quinta-feira, uma nova pilha de roupa suja já tinha se acumulado e Amy estava no meio dessa operação, quando o super entusiasmado cachorro deles apareceu coberto de lama na qual ele tinha rolado. Amy achou que não tinha outra alternativa senão dar-lhe um banho, depois do qual ela estava ensopada. Seu irmão perguntou se dois de seus amigões com quem estivera brincando. Podiam ficar para almoçar, e Amy se viu de repente preparando milk-shakes e outros petiscos favoritos para aqueles garotos de onze anos. Depois seu pai telefonou para dizer que ele tinha elogiado tanto a comida que ela fazia que o seu chefe praticamente tinha se convidado, mais a esposa, para jantar, ela se importava? Na realidade Amy não se importava — ela tinha confiança nos seus dotes culinários — mas claro que isso implicava em arrumar a casa e fazer o jantar, verificar se o irmãozinho estava bem limpo e "lavado atrás das orelhas."

Na sexta-feira de manhã, Amy anunciou, desesperadamente, à sua família espantada, que ela ia passar o dia todo costurando cortinas, que os garotos teriam que arrumar suas camas e se arrumar na hora do almoço, e que nesse dia, tudo que ela ia fazer para eles era preparar o jantar. O pai deixou a mesa do café da manhã sorrindo, os garotos resmungando, mas quando eles voltaram para casa nessa tarde, as cortinas novas estavam penduradas, e até os garotos elogiaram muito.

Sábado foi dedicado à limpeza da casa para a mamãe ficar contente. Amy ficou acordada até tarde no sábado e dormiu até mais tarde no domingo e teve que correr com seu trabalho da casa. Depois da igreja, eles foram buscar a mamãe no aeroporto e no caminho a mãe perguntou:

— Bem, Amy, que tal tomar conta de uma casa?

— Eu gosto — eu realmente gosto tanto quanto imaginei que ia gostar.

Mas, como é que você acha tempo para fazer todas as coisas que você faz?

A mãe riu da expressão perplexa de Amy.

— Isso vem com a prática, meu bem. Você foi muito bem esta semana, e você será uma ótima dona de casa, algum dia.

FIM

Signo de Gêmeos: Raciocínio


GÊMEOS: RACIOCÍNIO

O problema, Dennis, não é que você não possa, mas que você não quer, estava dizendo o Sr. Norton. Não tem motivo para você não poder resolver esses problemas tão bem como qualquer um na aula de física, se você se propuser a parar e tentar resolvê-los. Segundo as leis da física, determinadas causas sempre produzem determinados efeitos, e, se você sabe quais são essas leis, não é difícil raciocinar como elas vão proceder sob condições especificas. Ouvi dizer que você é campeão de esqui e também surfista, não é?

—Hum, — bem, sim, acho que sim, Dennis concordou, surpreso.

—Bem, para esquiar e fazer surfe não há certas regras de movimentos que você deve conhecer bem? Você não tem que estar preparado para ondas que quebram de diferentes maneiras, sobre correntes submarinas, sobre o grau de inclinação do declive de uma montanha, da velocidade que você desenvolve, e a que ângulo e como tomar uma curva, e muitas outras considerações dessa espécie?

—Sim, claro, disse Dennis, mas eu nunca pensei sobre todas essas coisas como leis da física.

—O que mais poderia ser? Perguntou sorrindo o Sr. Norton.

—Bem — divertimento — quero dizer — puxa, gaguejou Dennis, eu não paro para pensar em tudo isso todas as vezes. Acho que apenas sinto.

—Claro. Já se tornou automático em você. Se você tivesse que parar e resolver isso cada vez, você não Iria muito longe com os esquis ou na prancha de surfe- Mas, quando você estava aprendendo, você tinha que estar muito mais atento sobre todas as possibilidades e muito mais consciente de que cada passo que você desse poderia trazer tal ou qual resultado. Você não passava horas com seu instrutor de esqui, sem esquiar, mas estudando com ele todas essas coisas, matematicamente, na ponta do lápis?

—Sim, e eu também não gostava muito disso, Dennis fez uma careta.

—Não, Dennis, não acho que você gostasse, do mesmo modo que você não gosta de sentar aqui na classe e resolver os problemas de física. Você é um jovem ativo, e quer estar sempre se movimentando. Mas, chegou a hora de você aprender a usar sua cabeça, da mesma maneira que você usa seus talentos para o atletismo. Essas sessões de teoria com o instrutor não foram valiosas?

—Acho que sim, concordou Dennis, acho que eu não teria progredido tanto sem elas.

—É isso mesmo. Há muitos esquiadores amadores que nunca tiveram essas aulas, mas sem elas você não teria chegado ao grau de campeão. Acredite ou não, a física, ou qualquer outra matéria que ensine a praticar suas possibilidades de raciocínio, valem a pena, muito mesmo. Não tenho dúvida de que você tem uma boa cabeça, continuou o Sr. Norton, mas a mente precisa ser exercitada, da mesma maneira que o corpo. Bem, quero que você pegue esta folha de problemas e tente resolvê-los neste fim de semana. Aplique o que você aprendeu em classe — e se você não aprendeu tudo que foi dado, que eu acho que é o caso, torne a ler o livro de texto. Vamos ver se segunda-feira você traz os problemas resolvidos da melhor maneira possível.

Na manhã seguinte, de má vontade, Dennis atacou os problemas. Sua maior dificuldade era concentrar-se, e teve que tentar recomeçar várias vezes durante o dia até conseguir trabalhar seriamente, bem no fim da tarde. Contudo, quando conseguiu fixar sua mente no trabalho, achou, como dissera o Sr. Norton, que as respostas se adaptavam, mais ou menos, nos lugares certos se ele tentasse resolvê-las com lógica. Certas causas sempre tinham certos efeitos e, quando encaradas com uma série de fatores, não era muito difícil, usando o raciocínio e o processo de dedução, determinar o efeito composto que poderia resultar.

No domingo, quando ele atacou a última parte da sua tarefa, Dennis descobriu que estava ansioso pelo desafio —que era divertido tentar resolver os problemas com raciocínio. Sorriu quando se lembrou das palavras do Sr. Norton sobre exercitar a mente. De certo modo estava sendo tão agradável quanto exercitar seus músculos nas rampas de esquis. Ele sabia que não podia ficar sentado quieto por muito tempo — como o o Sr. Norton havia dito, ele era agitado — mas se ele dedicasse períodos de tempo para "exercitar a mente", concentrar-se nisso, apenas nisso, nesse espaço de tempo, talvez ele conseguisse tornar também a sua mente em um instrumento de campeonato. Certamente, não era tão difícil resolver os problemas sozinho.

No dia seguinte, Dennis sorria ao entregar o trabalho ao Sr. Norton.

— Não sei se eu deveria admitir isto, disse, mas eu me diverti fazendo esses problemas — quando finalmente consegui entendê-los.

— Eu pensei que isso ia acontecer, sorriu o Sr. Norton. Desafios mentais, a seu modo, são tão satisfatórios quanto os desafios físicos, e quanto mais você desenvolver o seu poder de raciocínio, mais oportunidades você terá de vencer toda espécie de obstáculos que venha a enfrentar durante toda a sua vida.

— Acho que o senhor pensou que eu era um desses atletas musculosos que mal sabem escrever seu próprio nome, sorriu Dennis.

— Tolice, disse o Sr. Norton, se eu pensasse assim não teria me preocupado em falar com você como fiz ou ter-lhe dado aqueles problemas. Eu sempre soube que você tinha, capacidade de raciocinar, se você conseguisse sentar e tentar. Na verdade, muita gente tem boa capacidade de raciocínio, mas este trabalho é como qualquer outro, tem que ser cultivado.

Fim