12/12/2021

O PEQUENO PRÍNCIPE (Uma História de Natal)

Muito acima do topo das árvores e das nuvens fofas, sim, muito além do céu azul, há muito tempo atrás, habitava um Rei. Seu reino era muito extenso e seus habitantes eram tão felizes, que esse lugar era chamado o Reino da Felicidade. Doces acordes de música e delicadas cores do arco-íris flutuavam no ar nessa terra distante. Então, um dia pareceu que uma nota dissonante tinha soado. O Rei ouviu-a e o som murmurante da discórdia chegou mais perto. Assim, o Rei chamou um pequeno príncipe e disse:

— As crianças da Terra parecem não ter corações felizes e a luz do amor está se tornando escura. Alguém deve ir até essas crianças e levar-lhes uma nova luz de amor.

— Oh, Pai, deixe-me ir, disse o pequeno Príncipe. Isto agradou o Rei. Ele sabia que não seria tarefa fácil e disse:

— Você está pronto para ir, meu filho? Está escuro no Mundo da Terra e, às vezes, será difícil acender a luz do amor.

— Sim, Pai, eu estou pronto para ir quando você me enviar, disse o Príncipe. Então, o Rei chamou um de seus mensageiros do Reino da Felicidade e participou:

— Meu filho, o pequeno Príncipe, vai empreender urna longa jornada, em uma terra muito distante. Deixe tudo pronto para sua visita às crianças da Terra.

Os mensageiros do Rei conversaram entre si e logo grandes preparativos foram feitos para a partida do Príncipe.

Numa vila, no Mundo da Terra, morava uma jovem mulher muito linda. Ela morava numa pequena casa circundada por um jardim. Frequentemente, ela sentava-se no jardim e lia. Os passarinhos voavam ao redor dela e, algumas vezes, uma pomba branca pousava em seu ombro e arrulhava para ela. Maria era o nome da jovem mulher; ela tinha sempre maneiras gentis e um doce sorriso. Quando ela ia até à vila praticando ações bondosas, tornava muitas pessoas felizes e todos a amavam.

Nessa terra havia um rei que governava de um modo muito cruel. Ele realmente tornava seu povo infeliz. Seu reino era muito diferente do Reino da Felicidade.

Havia tantas pessoas infelizes e o coração de Maria entristecia-se. Ela não gostava de ver os outros sofrerem, queria que fossem felizes e corajosos. Havia uma história da qual Maria gostava particularmente e, por isso, lia-a repetidas vezes. Nela, o Rei do Reino da Felicidade prometia enviar o Príncipe da Paz para salvar as crianças da Terra. Maria muitas vezes conversava com o Rei, seu Pai Celestial e dizia-lhe que esperava a vinda do pequeno Príncipe. Um dia, após conversar com o Rei, sentiu-se muito feliz. Começou a cantar e seu coração sentiu-se muito leve e muito alegre. Ela pensou que pássaros cantavam mais docemente e até o Sol brilhava com mais intensidade. Parecia haver mais luz no jardim e, então, bem em frente dela, circundado das belas cores do arco-íris, apareceu um Anjo. O Anjo falou à Maria e disse-lhe que o seu Pai Celestial iria manter a Sua promessa para as crianças da Terra e enviaria à Maria, o Príncipe da Paz, para que ela O amasse e cuidasse d'Ele.

Vocês podem imaginar como a adorável Maria ficou feliz! À noite, quando seu marido chegou à casa, ela contou a visita do Anjo e José também ficou muito feliz. Assim, eles começaram a planejar a vinda do pequeno Príncipe.

Nos tempos antigos, as pessoas pagavam impostos, como também o fazem hoje. Uma tarde, José chegou à casa e disse: — Maria querida, precisamos ir a Belém pagar nossos impostos.

Então, ambos puseram-se a caminho. Maria viajava em um burrico e José caminhava ao seu lado. Estavam tão felizes com a vinda do pequeno Príncipe, que falavam todo o tempo sobre isso.

Depois de uma longa e cansativa jornada chegaram a Belém. José acomodou Maria o mais confortavelmente que pôde e depois foi procurar um quarto numa hospedaria. Ele tinha andado muito e quando voltou disse à Maria:

— Querida, não há nenhum quarto por aqui. Não há nada além do estábulo onde o gado é mantido. Mas é bonito e limpo.

E Maria disse:

— Está tudo bem, José querido, eu não me importo. Nós estaremos confortáveis e estou tão cansada que irei rapidamente dormir.

Assim, eles se dirigiram para o estábulo. As vacas mugiram como se estivessem dando-lhes as boas vindas, e seus olhos suaves e gentis pareciam mostrar prazer com a vinda de José e Maria.

Numa leve cama de capim fresco e cheiroso, Maria se instalou, sentindo-se feliz. Ela agradeceu a seu Pai Celestial pela Sua maravilhosa promessa e, então, dormiu.

No Reino da Felicidade, os Anjos estavam ocupados preparando o pequeno Príncipe para a jornada no Mudo da Terra. Um Anjo levantou-O gentilmente e O carregou, dizendo:

— Vá, linda criança, e leve uma mensagem de amor e felicidade para as crianças da Terra. A luz do amor está no seu olhar e nunca será ofuscada. A centelha de luz que brilha no seu coração se tornará cada vez mais intensa.

E o Rei estava feliz e disse:

— Meu Filho, você tem um grande trabalho a fazer para tornar mais brilhante a luz do amor, num mundo escurecido. Eu O abençoo, meu Filho.

Do Reino da Felicidade até a Terra formou-se uma ponte de amor e através dela o Anjo carregou o Príncipe celeste. Os Anjos Cantores e os Anjos de Luz o acompanhavam. Uma música angelical, doce e clara, se ouvia pelo ar. Logo todas as hostes celestiais davam louvores a Deus e cantavam:

— "Glória a Deus nas alturas, paz na Terra e boa vontade entre os homens."

Após chegar à Terra, a luz brilhante de uma linda Estrela guiou o Anjo à Maria. Quando o Anjo lhe entregou o pequeno Príncipe, ele disse:

— Guarde-O cuidadosamente, pois Ele é um presente de Deus.

Então, Maria e o Príncipe foram envolvidos por um grande brilho. Quando ela olhou em Seus olhos, ficou maravilhada com a luz de amor que havia neles. Toda criancinha tem luz em seu rosto, mas essa especialmente trazia a luz de Deus em seus olhos. A música angelical e a Estrela brilhante atraiam muitas pessoas e logo haviam visitantes amontoando-se para ver o Príncipe menino. Os pastores aproximavam-se vindos dos campos próximos. Eles haviam visto a Estrela e a seguiram e Ela os guiou até onde estava o menino, na manjedoura.

Pois bem, queridas crianças, esta é a história do pequeno Príncipe da Paz, o Portador de Luz para as crianças da Terra, cujo nascimento nós celebramos no dia de Natal. A Estrela que pairou sobre o lugar onde ficou o Príncipe brilha ainda hoje, tão intensamente como brilhou antes, iluminando 'cada criancinha no seu caminho através da ponte do amor, do reino da Terra ao Reino da Felicidade.

Sigamos a Estrela e mantenhamos nossa luz do amor brilhando intensamente para iluminar os outros no caminho da felicidade e da alegria.

🎵🎵🎵🎵Feliz Natal! 🎵🎵🎵🎵

 Original de Florence Barr em: AQUARIAN AGE STORIES FOR CHILDRENS Vol.II
Da THE ROSICRUCIAN FELLOWSHIP
Tradução da FRATERNIDADE ROSACRUZ - Sede Central do Brasil -(Baixe aqui em PDF)

Imagens e edição por Rosacruz e Devoção
Mais para crianças e adolescentes conforme os Ensinamentos de Max Heindel: (veja aqui)
e-mail:rosacruzdevocional@gmail.com

 

02/06/2021

Signo de Câncer: Amor ao Lar

 CÂNCER: AMOR AO LAR

—Divirta-se e não se preocupe, gritou Amy quando sua mãe subiu no avião. Amy esperava poder dirigir a casa enquanto a mãe estivesse fora, por uma semana, visitando o irmão, e achava absurdo sua mãe ter medo de deixá-la tomando conta de tudo na casa.

Eram as férias da primavera, assim Amy estava livre para se dedicar inteiramente ao lar e à família, e para ela isso era tão divertido como se viajasse. Já tinha planejado uma série de jantares elaborados para seu pai e seus dois irmãos, e tinha prometido aos garotos fazer panquecas todas as manhãs, se eles quisessem. Iria forrar os armários da cozinha com novo papel de prateleira, preparar uma quantidade de pratos que pudessem ser congelados, assim a mãe não teria que ir para a cozinha logo que chegasse em casa, e talvez até pintasse o seu quarto. Mas, seu grande projeto sobre o qual não tinha falado nada, era fazer cortinas novas para a sala de visitas. As velhas estavam desbotadas, e a mãe já tinha algumas vezes falado vagamente em substituí-las.

Na volta do aeroporto, Amy parou para comprar o tecido — uma linda cor bronze-dourado que ia combinar com o tapete e clarear a sala. Ela queria começar a fazê-las imediatamente, mas, como já era tarde, achou melhor começar a preparar o jantar e esperar para começar as cortinas na manhã seguinte.

De manhã, os garotos reclamaram pelas suas panquecas e Amy teve que preparar duas receitas, senão ela ia ficar sem nada. Quando ela estava lavando a louça, seu irmão mais velho avisou que estava faltando um botão na sua camisa e que sua calça precisava ser passada. Recusou-se a seguir a sugestão de Amy para que usasse outra coisa, por isso ela teve que cuidar das suas roupas. Mais tarde, quando estava arrumando as camas, seu irmãozinho se queixou que não conseguia achar sua luva de baseball porque a mamãe tinha arrumado o quarto. Amy achou-a dentro do armário, no lugar certo.

Depois, como era sábado, achou melhor limpar a casa antes de começar as cortinas, e mal tinha guardado o aspirador, os rapazes chegaram pedindo o almoço. Ai, ela se lembrou que ainda não tinha ido fazer as compras, nem mesmo tinha feito a lista. Depois do almoço, preparou os cardápios para a semana, foi fazer compras e voltou para casa carregada de mantimentos e muito cansada. Ela se recostou por meia hora com uma revista e depois, tendo já passado o vestido que ia usar nessa noite e regado as plantas de dentro de casa, achou que era muito tarde para começar o seu grande projeto.

O domingo estava todo preenchido com a ida à igreja, jantar de domingo para o qual os avós tinham sido convidados, um convite à tarde para uma partida de tênis e, assim, sendo, na segunda-feira, Amy estava ocupada lavando, passando roupa e cozinhando de novo. Tinha prometido tomar conta das crianças do vizinho na terça-feira, e embora conseguisse cumprir a rotina caseira, com duas crianças pequenas no meio do caminho, ainda não conseguiu começar as cortinas. Na quarta-feira de manhã, Amy achou melhor arrumar a desordem que se acumulou no quarto de seu irmão menor, uma vez que ele havia ignorado seu pedido d'ele mesmo arrumá-lo. Conseguiu também, limpar e forrar de novo os armários da cozinha. Na quinta-feira, uma nova pilha de roupa suja já tinha se acumulado e Amy estava no meio dessa operação, quando o super entusiasmado cachorro deles apareceu coberto de lama na qual ele tinha rolado. Amy achou que não tinha outra alternativa senão dar-lhe um banho, depois do qual ela estava ensopada. Seu irmão perguntou se dois de seus amigões com quem estivera brincando. Podiam ficar para almoçar, e Amy se viu de repente preparando milk-shakes e outros petiscos favoritos para aqueles garotos de onze anos. Depois seu pai telefonou para dizer que ele tinha elogiado tanto a comida que ela fazia que o seu chefe praticamente tinha se convidado, mais a esposa, para jantar, ela se importava? Na realidade Amy não se importava — ela tinha confiança nos seus dotes culinários — mas claro que isso implicava em arrumar a casa e fazer o jantar, verificar se o irmãozinho estava bem limpo e "lavado atrás das orelhas."

Na sexta-feira de manhã, Amy anunciou, desesperadamente, à sua família espantada, que ela ia passar o dia todo costurando cortinas, que os garotos teriam que arrumar suas camas e se arrumar na hora do almoço, e que nesse dia, tudo que ela ia fazer para eles era preparar o jantar. O pai deixou a mesa do café da manhã sorrindo, os garotos resmungando, mas quando eles voltaram para casa nessa tarde, as cortinas novas estavam penduradas, e até os garotos elogiaram muito.

Sábado foi dedicado à limpeza da casa para a mamãe ficar contente. Amy ficou acordada até tarde no sábado e dormiu até mais tarde no domingo e teve que correr com seu trabalho da casa. Depois da igreja, eles foram buscar a mamãe no aeroporto e no caminho a mãe perguntou:

— Bem, Amy, que tal tomar conta de uma casa?

— Eu gosto — eu realmente gosto tanto quanto imaginei que ia gostar.

Mas, como é que você acha tempo para fazer todas as coisas que você faz?

A mãe riu da expressão perplexa de Amy.

— Isso vem com a prática, meu bem. Você foi muito bem esta semana, e você será uma ótima dona de casa, algum dia.

FIM

Signo de Gêmeos: Raciocínio


GÊMEOS: RACIOCÍNIO

O problema, Dennis, não é que você não possa, mas que você não quer, estava dizendo o Sr. Norton. Não tem motivo para você não poder resolver esses problemas tão bem como qualquer um na aula de física, se você se propuser a parar e tentar resolvê-los. Segundo as leis da física, determinadas causas sempre produzem determinados efeitos, e, se você sabe quais são essas leis, não é difícil raciocinar como elas vão proceder sob condições especificas. Ouvi dizer que você é campeão de esqui e também surfista, não é?

—Hum, — bem, sim, acho que sim, Dennis concordou, surpreso.

—Bem, para esquiar e fazer surfe não há certas regras de movimentos que você deve conhecer bem? Você não tem que estar preparado para ondas que quebram de diferentes maneiras, sobre correntes submarinas, sobre o grau de inclinação do declive de uma montanha, da velocidade que você desenvolve, e a que ângulo e como tomar uma curva, e muitas outras considerações dessa espécie?

—Sim, claro, disse Dennis, mas eu nunca pensei sobre todas essas coisas como leis da física.

—O que mais poderia ser? Perguntou sorrindo o Sr. Norton.

—Bem — divertimento — quero dizer — puxa, gaguejou Dennis, eu não paro para pensar em tudo isso todas as vezes. Acho que apenas sinto.

—Claro. Já se tornou automático em você. Se você tivesse que parar e resolver isso cada vez, você não Iria muito longe com os esquis ou na prancha de surfe- Mas, quando você estava aprendendo, você tinha que estar muito mais atento sobre todas as possibilidades e muito mais consciente de que cada passo que você desse poderia trazer tal ou qual resultado. Você não passava horas com seu instrutor de esqui, sem esquiar, mas estudando com ele todas essas coisas, matematicamente, na ponta do lápis?

—Sim, e eu também não gostava muito disso, Dennis fez uma careta.

—Não, Dennis, não acho que você gostasse, do mesmo modo que você não gosta de sentar aqui na classe e resolver os problemas de física. Você é um jovem ativo, e quer estar sempre se movimentando. Mas, chegou a hora de você aprender a usar sua cabeça, da mesma maneira que você usa seus talentos para o atletismo. Essas sessões de teoria com o instrutor não foram valiosas?

—Acho que sim, concordou Dennis, acho que eu não teria progredido tanto sem elas.

—É isso mesmo. Há muitos esquiadores amadores que nunca tiveram essas aulas, mas sem elas você não teria chegado ao grau de campeão. Acredite ou não, a física, ou qualquer outra matéria que ensine a praticar suas possibilidades de raciocínio, valem a pena, muito mesmo. Não tenho dúvida de que você tem uma boa cabeça, continuou o Sr. Norton, mas a mente precisa ser exercitada, da mesma maneira que o corpo. Bem, quero que você pegue esta folha de problemas e tente resolvê-los neste fim de semana. Aplique o que você aprendeu em classe — e se você não aprendeu tudo que foi dado, que eu acho que é o caso, torne a ler o livro de texto. Vamos ver se segunda-feira você traz os problemas resolvidos da melhor maneira possível.

Na manhã seguinte, de má vontade, Dennis atacou os problemas. Sua maior dificuldade era concentrar-se, e teve que tentar recomeçar várias vezes durante o dia até conseguir trabalhar seriamente, bem no fim da tarde. Contudo, quando conseguiu fixar sua mente no trabalho, achou, como dissera o Sr. Norton, que as respostas se adaptavam, mais ou menos, nos lugares certos se ele tentasse resolvê-las com lógica. Certas causas sempre tinham certos efeitos e, quando encaradas com uma série de fatores, não era muito difícil, usando o raciocínio e o processo de dedução, determinar o efeito composto que poderia resultar.

No domingo, quando ele atacou a última parte da sua tarefa, Dennis descobriu que estava ansioso pelo desafio —que era divertido tentar resolver os problemas com raciocínio. Sorriu quando se lembrou das palavras do Sr. Norton sobre exercitar a mente. De certo modo estava sendo tão agradável quanto exercitar seus músculos nas rampas de esquis. Ele sabia que não podia ficar sentado quieto por muito tempo — como o o Sr. Norton havia dito, ele era agitado — mas se ele dedicasse períodos de tempo para "exercitar a mente", concentrar-se nisso, apenas nisso, nesse espaço de tempo, talvez ele conseguisse tornar também a sua mente em um instrumento de campeonato. Certamente, não era tão difícil resolver os problemas sozinho.

No dia seguinte, Dennis sorria ao entregar o trabalho ao Sr. Norton.

— Não sei se eu deveria admitir isto, disse, mas eu me diverti fazendo esses problemas — quando finalmente consegui entendê-los.

— Eu pensei que isso ia acontecer, sorriu o Sr. Norton. Desafios mentais, a seu modo, são tão satisfatórios quanto os desafios físicos, e quanto mais você desenvolver o seu poder de raciocínio, mais oportunidades você terá de vencer toda espécie de obstáculos que venha a enfrentar durante toda a sua vida.

— Acho que o senhor pensou que eu era um desses atletas musculosos que mal sabem escrever seu próprio nome, sorriu Dennis.

— Tolice, disse o Sr. Norton, se eu pensasse assim não teria me preocupado em falar com você como fiz ou ter-lhe dado aqueles problemas. Eu sempre soube que você tinha, capacidade de raciocinar, se você conseguisse sentar e tentar. Na verdade, muita gente tem boa capacidade de raciocínio, mas este trabalho é como qualquer outro, tem que ser cultivado.

Fim 


22/05/2021

Uma Cura Espiritual

Imagem: "Filhos da terra " de Vasco Machado (https://www.facebook.com/ArtistaVascoMachado/photos/?ref=page_internal) Instagram: vasco_machado_oficial

Era uma vez dois garotos que se chamavam Roberto e Carlos. Roberto tinha oito anos. Carlos nove. Eram dois meninos que não se separavam, embora não fossem irmãos.

Os pais de ambos eram vizinhos, e se davam muito bem. Roberto e Carlos iam a escola juntos, diariamente e voltavam contentes. Nunca foram vistos brigando, discutindo ou com brincadeiras impróprias. Havia ocasião até que um dormia na casa do outro.

Era uma amizade sincera que encantava a todos, pela atitude exemplar de ambos e pelo respeito mútuo.

Os país de Carlos eram mais pobres do que os de Roberto, porém, isto não afetava a amizade daqueles bons vizinhos, até a fortificava devido ao exemplar convívio dos dois filhos e cooperavam entre si nos momentos difíceis.

Certo dia Caros ficou acamado.

Roberto, que era um garoto de bons princípios e um tanto realista, não ficou desesperado. Seus pais, cujas conversas eram elevadas, amparavam fortemente o espírito do menino, ajudavam-lhe na formação mental e moral e muito contribuíam para que o filho ficasse tranquilo.

Roberto ofereceu-se para fazer companhia ao seu amiguinho, enquanto acamado. E com Carlos ficava o tempo todo, ora lendo belas histórias, ora pondo-o a par das lições do dia, para que Carlos não ficasse ignorando os pontos dados pela professora.

Era maravilhoso verificar a abnegação existente entre os dois amiguinhos.

Já havia passado quinze dias, e Carlos nada de se levantar nem apresentar melhoras. A doença dele deixava os médicos titubeantes sem atinar com o que dificultava a cura.

Uma noite, lá pelas dez horas, quando todos estavam ocupados na casa de Carlos, Roberto, sem dizer nada, fechou a porta do quarto e ajoelhou-se, junto à cama do enfermo que dormia, e pôs-se a orar, pedindo a Jesus, Médico Divino, que inspirasse os médicos ou que fizesse um milagre, curando o seu colega. Enquanto estava concentrado, fazendo sua prece, aconteceu-lhe um fato singular, para ele que desconhecia o fenômeno. Viu, sem estar assustado, um ovoide de tamanho regular, brilhante, aproximar-se da cama. Seu coração encheu-se de alegria. Sua oração foi ouvida! Continuou orando, quieto, quando Roberto acordou. Assim que o seu amigo abriu os olhos, falou-lhe: "Você vai ficar bom. Jesus vai atender ao meu pedido, você vai ver"!

— "Mas, eu já estou bom", respondeu Carlos. Vi um médico entrar no quarto. Colocou as mãos dentro de meu estômago, e depois que as tirou disse que eu já estava curado".

— "Mas como é que eu não vi médico algum aqui?", disse Roberto.

— "Porém, eu vi um homem de avental branco, dizendo que eu não tivesse medo, que eu ficaria na cama mais sete dias, de convalescença, e depois voltaria a ir à escola. Disse mais, que estava atendendo a um pedido feito de coração, do meu melhor amigo, que é você".

Roberto ao ouvir isto, não pode se conter. Chorou, não de tristeza, mas de reconhecimento a Jesus e àquele médico, auxiliar invisível que viera recuperar o seu bom amigo Carlos.

Quando Roberto e Carlos contaram este fato a seus pais, estes se entreolharam, como a dizer:

— "Deus se esconde dos grandes, mas se revela aos pequeninos que são mais puros de coração".

Publicado na revista Serviço Rosacruz, novembro,1966

Se você quer divulgar, por favor mantenha os créditos. Veja mais artigos sobre cura aqui

02/05/2021

Signo de Touro - Estabilidade e Harmonia

Duas histórias para crianças e/ou adolescentes:

1-TOURO: HARMONIA


Ouviu-se uma resposta muito zangada de uma das vozes alteradas lá em cima, uma porta foi batida e tudo ficou em silêncio. A mãe suspirou. Os meninos estavam brigando de novo — aliás, o que eles tinham feito toda a vida e quanto mais cresciam, mais isso incomodava. A sua diferença de idade era apenas de um ano, tinham os mesmos amigos e interesses, iam bem na escola a seus pais não conseguiam saber qual a razão da desinteligência contínua entre eles.

—Bruce, Don, venham aqui, chamou a mãe. Eu quero falar com vocês. Eles desceram devagar, adivinhando porque a mãe os estava chamando. Ela e o pai se preocupavam tanto com suas brigas, mas eles até que se divertiam. Preocupados, eles sentaram-se na beirada das cadeiras, ansiosos por dar o fora, enquanto a mãe perguntou:

—O que foi desta vez?

— Oh, nada, mãe, disse Don, confuso.

— Quer dizer que foi por uma coisa tão boba que você nem quer me contar, não é? Perguntou a mãe.

— Acho que sim, foi a resposta hesitante. Por que você e o papai se preocupam tanto com nossas brigas? Nós não perturbamos vocês.

— Não mesmo? Perguntou suavemente a mãe. Lembram-se do concerto que assistimos a semana passada? Até vocês gostaram. Eles concordaram. Agora me digam, exatamente, por que vocês gostaram tanto da música?

— Bem — ela soava boa, disse Bruce depois de uma pausa.

—Teria sido assim tão boa se os pistonistas e os violonistas estivessem tocando uma melodia diferente da que estava sendo executada pelo resto da orquestra, ou só tocassem quando e como eles quisessem em vez de, obedecer ao maestro? Continuou a mãe.

—Claro que não, respondeu Bruce.

—Então, o que os músicos devem fazer antes que, uma orquestra possa tocar peças que soem boas?

Bruce e Don se entreolharam, achando que a conversa estava se tornando muito infantil e imaginando onde a mãe queria chegar.

—Bem, acho que eles precisam tocar juntos, disse Don. Se eles não o fizerem, então a música também não estará combinando.

— Certo, disse a mãe. Não será harmoniosa. Agora eu quero que vocês ambos pensem no seguinte. Nossa vida aqui em casa, sua vida na escola, a vida do papai no escritório, tudo pode ser comparado ao trabalho de um músico na orquestra. Todas as pessoas desta casa tocam juntos a mesma música. Todos os alunos da escola tocam juntos a mesma peça musical. 


Todos os trabalhadores do escritório do papai tocam juntos a mesma peça musical. Se todos os músicos se harmonizarem uns com os outros, a música será boa e agradável para todos, mas se um só dos músicos se recusar a harmonizar-se com os outros, a música ficará prejudicada e será desagradável para os que a estão executando ou os que a estão ouvindo. Quando um aluno da sua classe causa problemas, o que acontece?

—O professor fica louco, e algumas vezes nós também ficamos, disse Don.

—E os outros conseguem aprender as lições quando isso acontece? Perguntou a mãe.

Os rapazes abanaram as cabeças.

—E o que vocês acham que acontece quando alguém no escritório do papai se recusa a cooperar com os outros ou a fazer o seu trabalho?

—Com certeza será despedido, disse Bruce.

—Claro, se isso durar muito. Bem, eu não posse despedir vocês, a mãe continuou e os garotos sorriram embaraçados, mas com certeza eu não posso fazer o meu trabalho com tranquilidade, nem o papai, quando vocês estão no meio de uma discussão. Quando vocês brigam, ou lutam, ou o que quer que vocês chamem a isso, vocês estão perturbando a harmonia da nossa casa e, pelo fato da harmonia estar perturbada, as pessoas da casa ficam perturbadas e a vida não é tão agradável como seria se houvesse harmonia.

Os rapazes ficaram em silêncio por algum tempo. Por fim, Bruce disse:

—Acho que nós nunca pensamos nisso deste modo. De vez em quando, você e o papai também discutem —mas nunca como Don e eu, acrescentou depressa, e nós sempre nos sentimos mal quando vocês discutem. Deve ser por causa disso.

—Mas nós nunca pensamos que quando nós estamos brigando isso pudesse fazer vocês se sentirem assim, acrescentou Don. Acho que nós também somos parte da música nesta casa.

—Vocês são mesmo, sorriu a mãe, muito mesmo. Vocês dois são tão importantes nesta família como qualquer de nós, e o que vocês fazem ou como vocês agem, nos afeta a todos.

— Muito bem, companheiro, Bruce disse para Don, vamos tentar ser mais harmoniosos? Eu não vou mais desafinar se você também não sair do tom.

— Concordo, disse Don e rindo, os rapazes trocaram um aperto de mãos.

— Minha senhora, disse Don, ainda rindo para a mãe, a sua orquestra vai ser bem mais afinada daqui por diante. Acho até que você deve começar a cobrar para os concertos.

A mãe sorriu, olhando seus filhos subirem a escada, pela zombaria bem-humorada deles, bem diferente das palavras ofensivas que usaram na sua última briga.

— Por que eu não pensei nisto antes, disse para si mesmo. Eu tive sempre a certeza que, bem lá no fundo, esses rapazes eram muito amigos um do outro. Vai ser maravilhoso ter uma prova disso, de hoje em diante.

Fim


02/04/2021

"QUE O MUNDO TODO SE REJUBILE"

por Helen Waite
Tradução da Fraternidade Rosacruz-Sede Central do Brasil  
Imagens: blog Rosacruz e Devoção


Música sempre encantou as Fadas e, por muito tempo, cinco delas permaneciam quietinhas, ajoelhadas próximas a uma janela aberta, ouvindo as crianças cantarem. Nenhum dos meninos e das meninas, que juntos ensaiavam sua canção para o Serviço da Páscoa, sabiam que elas estavam ali.

As vozes claras e jovens fundiam-se no ar, e as Fadas ali permaneciam reverentemente e ouviam cada palavra de louvor enquanto as crianças cantavam:

"Ele ascendeu, Ele ascendeu resplandecente,

Vamos proclamar isto alegremente;

De sua prisão de três dias, Ele se libertou,

E o mundo todo se rejubilou."

As Fadas pularam para o peitoril da janela impelidas pela beleza e encantamento da música. Elas permaneciam em fila na borda estreita da janela, suas faces erguidas, em adoração, por encontrar o amoroso poder do Cristo Nascido e, mesmo assim, as crianças não perceberam sua presença. Mesmo quando a música parou e as crianças se prepararam para voltar às suas casas, nenhuma delas notou que as fadinhas as olhavam.

 Enquanto as Fadas olhavam, elas também escutavam o que a professora de música dizia às crianças:

- Quando vocês desfilarem amanhã de manhã, ela disse, cada uma de vocês carregará um vasinho com o Lírio da Páscoa.

As crianças bateram palmas de alegria.

 - E, continuou a professora, quando vocês chegarem ao tablado, por favor, coloquem ali os seus vasinhos.

Ela dirigiu-se ao tablado e as crianças a seguiram para aprender o que deveriam fazer.

Mas, as Fadas não esperaram para ver ou ouvir mais nada. Elas flutuaram graciosamente para o chão e correram a fim de reunir alguns equipamentos que certamente ajudariam na grande ocasião. Não havia tempo a perder, porque o dia seguinte era Domingo de Páscoa.

Sem qualquer embaraço, as Fadas dirigiram-se a uma árvore e voltaram em um minuto. Uma delas carregava uma vassoura. Era feita de penas, tão suave como a chuva recém caída.

 - Eu vou varrer as folhas dos lírios e fazê-las brilhar, ela cantarolou.

A segunda Fada segurava um pano de pó. Era grande e inteiramente tecido de teia de aranha.

 - Tirarei o pó das pétalas, uma por uma, ela disse, e elas estarão radian-temente brancas para a manhã da Páscoa.

 A líder das Fadas quase caiu do tronco da árvore, tão grande era sua carga. Ela carregava um enorme sabão de aroma de eucalipto, uma escova de cerdas de raios lunares torcidos e uma toalha que se. arrastava no chão, debaixo de seus pés, de tão grande que era.

As outras duas Fadas tinham mãos com o poder de cura. Assim, usavam-nas para restaurar as plantas machucadas e descoloridas, devolvendo-lhes a beleza. Elas tinham um coração amoroso e, com o sussurro de suas doces vozes, convidavam os insetos a se retirarem dos botões e das flores onde frequentemente dormiam. Todas as fadas tinham um alegre senso de sua própria responsabilidade para tornar os lírios muito bonitos para o Domingo de Páscoa.

 - Alguém sabe onde estão os vasinhos de lírio? perguntou a fada com a vassoura. Ninguém sabia!

 - O que devemos fazer? gritavam as outras, em desespero.

 A líder estendeu a toalha no chão e sentou-se nela, cruzando suas pernas enquanto pensava.

 - Rápido! ela gritou finalmente. Vamos voltar para o peitoril da janela antes que seja tarde demais. Talvez devêssemos escutar mais do que a professora de música tem a dizer às crianças.

Numa nuvem de esperança e felicidade, as fadas voltaram à janela  para espiar de novo, mas era muito tarde. Não havia ninguém à volta. Mais uma vez, sua líder sentou-se de pernas cruzadas para pensar.

—Há mais janelas!

E lá se foram as Fadas espiar em todas as outras salas. Em frente a uma delas havia uma mesa, um telefone e lá estava a professora de música. As Fadas ouviram atentamente o que ela dizia:

— É da Floricultura Tempo-Feliz? ela perguntou ao telefone.

E as pequeninas Fadas quase cairam do peitoril da janela de tão excitadas que estavam. E estavam tão excitadas que nem a ouviram perguntar sobre os lírios. Mas, uma outra voz bem longínqua, saiu do aparelho e desta vez as Fadas conseguiram ouvir.

 - Os vinte e cinco vasinhos de lírios estarão prontos para as crianças no Domingo pela manhã, disse a voz distante.

 - As quatro fadinhas não esperaram para ouvir mais nada. Elas pularam para o chão e se aproximaram de sua líder, dizendo-lhe o que tinham ouvido.

 - Continuem com seu trabalho normalmente, ela disse, até ao pôr-do-sol. Quando o último raio desaparecer no céu, ao anoitecer, encontremo-nos aqui. Enquanto isso localizarei a Floricultura e voltarei para levar vocês até lá na quietude da noite.

  - Todas concordaram e quatro Fadas voltaram a seu trabalho costumeiro de formar as folhas e as flores das plantas e das árvores. A fada líder flutuou sobre sua toalha por todo o local, como se estivesse sobre um tapete mágico. Enquanto ela estava fora, as outras não podiam pensar em nada além dos vasinhos de lírios e nas crianças que cantavam. Elas cantarolavam ao ouvido de cada planta sobre a qual trabalhavam, instilando em cada uma delas amor pela vida ressuscitada. Muitas formas lindas surgiam, enquanto elas cantavam suavemente:

"Abençoado Senhor, vamos todos adorar-Te,

Os Santos na Terra e os Santos nos céus juntamente;

Todas as criaturas vão reverenciar-Te,

Por Tua vida ter-lhes dado, amorosamente."

- Os pássaros ouviam e as borboletas ouviam e também ouviam as abelhas e os insetos. Uma por uma, elas elevavam no ar o alegre refrão, enchendo o mundo com sua música. Assim, toda a Terra rejubilava.

Enquanto isso, a Fada líder localizara a Floricultura Tempo-Feliz. Lá dentro, numa fileira suntuosa, estavam vinte e cinco vasinhos de flores. Em cada um deles havia um lírio branco. O Elfo ergueu seus olhos para dizer, "Obrigado," e, quando olhou para o céu, o Sol derramava seu último raio na tarde calma. Rapidamente a Fada líder juntou-se às outras.

-Tudo está pronto, anunciou. Iremos imediatamente à Floricultura.

Durante toda a noite elas trabalharam na Floricultura, escovando, tirando a poeira, limpando, até que todos os vasinhos de lírios brilharam. Elas abriram os botões para enchê-los de luz e muitos dos insetos alí alojados, saíram. Suas mãos curadoras, gentilmente tratavam dos botões que estavam feridos e descoloridos e sussurravam uma prece de bênção para cada um. Quando o primeiro raio de Sol despontou para iluminar a Floricultura na Manhã de Páscoa, cada lírio estava limpo, inteiro e radiantemente branco.

A líder das Fadas sentou-se de pernas cruzadas sobre uma folha para avaliar o trabalho que tinham feito. A vassoura e o pano de pó continuaram a polir, mesmo onde não havia mais necessidade. Outros insetos sairam dos botões; um par de mãos curadoras transformaram o último botão ferido, num botão saudável e as Fadas declararam que seu trabalho estava terminado.

— Está bem, elas disseram, pois agora até os lírios cantarão ao Cristo ressuscitado.

Elas voltaram às suas casas nas árvores e esperaram o soar dos sinos que chamavam as pessoas para o Serviço da Páscoa. Vestidas com seus melhores trajes de fes­ta, as Fadas sentaram-se em silêncio no peitoril da janela para tomar parte na cerimônia. Nenhum dos participantes suspeitou que elas estivessem lá. Todos olhavam para uma coroa de rosas vermelhas colocadas numa cruz branca.

Uma estrela dourada, luminosa, num fundo azul, brilhava como um halo de luz e amor atrás da cruz florida, e as Fadas, com suas bocas minúsculas, sussurravam eloquentes "o-o-o-'s." A música do órgão vibrava pela sala e ressoava em cada coração enquanto as crianças entravam. Os meninos e as meninas, cada qual carregando um brilhante Lírio de Páscoa, cantavam mais triunfalmente do que nunca.

"Aleluia! Aleluia! Cristo ressuscitou."

E as Fadas ouviram os lírios cantarem também.