Imagem: "Filhos da terra " de Vasco Machado (https://www.facebook.com/ArtistaVascoMachado/photos/?ref=page_internal) Instagram: vasco_machado_oficial |
Era
uma vez dois garotos que se chamavam Roberto e Carlos. Roberto tinha oito anos.
Carlos nove. Eram dois meninos que não se separavam, embora não fossem irmãos.
Os
pais de ambos eram vizinhos, e se davam muito bem. Roberto e Carlos iam a
escola juntos, diariamente e voltavam contentes. Nunca foram vistos brigando,
discutindo ou com brincadeiras impróprias. Havia ocasião até que um dormia na
casa do outro.
Era
uma amizade sincera que encantava a todos, pela atitude exemplar de ambos e
pelo respeito mútuo.
Os
país de Carlos eram mais pobres do que os de Roberto, porém, isto não afetava a
amizade daqueles bons vizinhos, até a fortificava devido ao exemplar convívio
dos dois filhos e cooperavam entre si nos momentos difíceis.
Certo
dia Caros ficou acamado.
Roberto,
que era um garoto de bons princípios e um tanto realista, não ficou
desesperado. Seus pais, cujas conversas eram elevadas, amparavam fortemente o
espírito do menino, ajudavam-lhe na formação mental e moral e muito contribuíam
para que o filho ficasse tranquilo.
Roberto
ofereceu-se para fazer companhia ao seu amiguinho, enquanto acamado. E com
Carlos ficava o tempo todo, ora lendo belas histórias, ora pondo-o a par das lições
do dia, para que Carlos não ficasse ignorando os pontos dados pela professora.
Era
maravilhoso verificar a abnegação existente entre os dois amiguinhos.
Já
havia passado quinze dias, e Carlos nada de se levantar nem apresentar
melhoras. A doença dele deixava os médicos titubeantes sem atinar com o que
dificultava a cura.
Uma
noite, lá pelas dez horas, quando todos estavam ocupados na casa de Carlos,
Roberto, sem dizer nada, fechou a porta do quarto e ajoelhou-se, junto à cama
do enfermo que dormia, e pôs-se a orar, pedindo a Jesus, Médico Divino, que
inspirasse os médicos ou que fizesse um milagre, curando o seu colega. Enquanto
estava concentrado, fazendo sua prece, aconteceu-lhe um fato singular, para ele
que desconhecia o fenômeno. Viu, sem estar assustado, um ovoide de tamanho
regular, brilhante, aproximar-se da cama. Seu coração encheu-se de alegria. Sua
oração foi ouvida! Continuou orando, quieto, quando Roberto acordou. Assim que
o seu amigo abriu os olhos, falou-lhe: "Você vai ficar bom. Jesus vai
atender ao meu pedido, você vai ver"!
—
"Mas, eu já estou bom", respondeu Carlos. Vi um médico entrar no quarto.
Colocou as mãos dentro de meu estômago, e depois que as tirou disse que eu já
estava curado".
—
"Mas como é que eu não vi médico algum aqui?", disse Roberto.
—
"Porém, eu vi um homem de avental branco, dizendo que eu não tivesse medo,
que eu ficaria na cama mais sete dias, de convalescença, e depois voltaria a ir
à escola. Disse mais, que estava atendendo a um pedido feito de coração, do meu
melhor amigo, que é você".
Roberto
ao ouvir isto, não pode se conter. Chorou, não de tristeza, mas de
reconhecimento a Jesus e àquele médico, auxiliar invisível que viera recuperar
o seu bom amigo Carlos.
Quando
Roberto e Carlos contaram este fato a seus pais, estes se entreolharam, como a
dizer:
—
"Deus se esconde dos grandes, mas se revela aos pequeninos que são mais
puros de coração".
Publicado na revista Serviço Rosacruz, novembro,1966
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