22/05/2021

Uma Cura Espiritual

Imagem: "Filhos da terra " de Vasco Machado (https://www.facebook.com/ArtistaVascoMachado/photos/?ref=page_internal) Instagram: vasco_machado_oficial

Era uma vez dois garotos que se chamavam Roberto e Carlos. Roberto tinha oito anos. Carlos nove. Eram dois meninos que não se separavam, embora não fossem irmãos.

Os pais de ambos eram vizinhos, e se davam muito bem. Roberto e Carlos iam a escola juntos, diariamente e voltavam contentes. Nunca foram vistos brigando, discutindo ou com brincadeiras impróprias. Havia ocasião até que um dormia na casa do outro.

Era uma amizade sincera que encantava a todos, pela atitude exemplar de ambos e pelo respeito mútuo.

Os país de Carlos eram mais pobres do que os de Roberto, porém, isto não afetava a amizade daqueles bons vizinhos, até a fortificava devido ao exemplar convívio dos dois filhos e cooperavam entre si nos momentos difíceis.

Certo dia Caros ficou acamado.

Roberto, que era um garoto de bons princípios e um tanto realista, não ficou desesperado. Seus pais, cujas conversas eram elevadas, amparavam fortemente o espírito do menino, ajudavam-lhe na formação mental e moral e muito contribuíam para que o filho ficasse tranquilo.

Roberto ofereceu-se para fazer companhia ao seu amiguinho, enquanto acamado. E com Carlos ficava o tempo todo, ora lendo belas histórias, ora pondo-o a par das lições do dia, para que Carlos não ficasse ignorando os pontos dados pela professora.

Era maravilhoso verificar a abnegação existente entre os dois amiguinhos.

Já havia passado quinze dias, e Carlos nada de se levantar nem apresentar melhoras. A doença dele deixava os médicos titubeantes sem atinar com o que dificultava a cura.

Uma noite, lá pelas dez horas, quando todos estavam ocupados na casa de Carlos, Roberto, sem dizer nada, fechou a porta do quarto e ajoelhou-se, junto à cama do enfermo que dormia, e pôs-se a orar, pedindo a Jesus, Médico Divino, que inspirasse os médicos ou que fizesse um milagre, curando o seu colega. Enquanto estava concentrado, fazendo sua prece, aconteceu-lhe um fato singular, para ele que desconhecia o fenômeno. Viu, sem estar assustado, um ovoide de tamanho regular, brilhante, aproximar-se da cama. Seu coração encheu-se de alegria. Sua oração foi ouvida! Continuou orando, quieto, quando Roberto acordou. Assim que o seu amigo abriu os olhos, falou-lhe: "Você vai ficar bom. Jesus vai atender ao meu pedido, você vai ver"!

— "Mas, eu já estou bom", respondeu Carlos. Vi um médico entrar no quarto. Colocou as mãos dentro de meu estômago, e depois que as tirou disse que eu já estava curado".

— "Mas como é que eu não vi médico algum aqui?", disse Roberto.

— "Porém, eu vi um homem de avental branco, dizendo que eu não tivesse medo, que eu ficaria na cama mais sete dias, de convalescença, e depois voltaria a ir à escola. Disse mais, que estava atendendo a um pedido feito de coração, do meu melhor amigo, que é você".

Roberto ao ouvir isto, não pode se conter. Chorou, não de tristeza, mas de reconhecimento a Jesus e àquele médico, auxiliar invisível que viera recuperar o seu bom amigo Carlos.

Quando Roberto e Carlos contaram este fato a seus pais, estes se entreolharam, como a dizer:

— "Deus se esconde dos grandes, mas se revela aos pequeninos que são mais puros de coração".

Publicado na revista Serviço Rosacruz, novembro,1966

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02/05/2021

Signo de Touro - Estabilidade e Harmonia

Duas histórias para crianças e/ou adolescentes:

1-TOURO: HARMONIA


Ouviu-se uma resposta muito zangada de uma das vozes alteradas lá em cima, uma porta foi batida e tudo ficou em silêncio. A mãe suspirou. Os meninos estavam brigando de novo — aliás, o que eles tinham feito toda a vida e quanto mais cresciam, mais isso incomodava. A sua diferença de idade era apenas de um ano, tinham os mesmos amigos e interesses, iam bem na escola a seus pais não conseguiam saber qual a razão da desinteligência contínua entre eles.

—Bruce, Don, venham aqui, chamou a mãe. Eu quero falar com vocês. Eles desceram devagar, adivinhando porque a mãe os estava chamando. Ela e o pai se preocupavam tanto com suas brigas, mas eles até que se divertiam. Preocupados, eles sentaram-se na beirada das cadeiras, ansiosos por dar o fora, enquanto a mãe perguntou:

—O que foi desta vez?

— Oh, nada, mãe, disse Don, confuso.

— Quer dizer que foi por uma coisa tão boba que você nem quer me contar, não é? Perguntou a mãe.

— Acho que sim, foi a resposta hesitante. Por que você e o papai se preocupam tanto com nossas brigas? Nós não perturbamos vocês.

— Não mesmo? Perguntou suavemente a mãe. Lembram-se do concerto que assistimos a semana passada? Até vocês gostaram. Eles concordaram. Agora me digam, exatamente, por que vocês gostaram tanto da música?

— Bem — ela soava boa, disse Bruce depois de uma pausa.

—Teria sido assim tão boa se os pistonistas e os violonistas estivessem tocando uma melodia diferente da que estava sendo executada pelo resto da orquestra, ou só tocassem quando e como eles quisessem em vez de, obedecer ao maestro? Continuou a mãe.

—Claro que não, respondeu Bruce.

—Então, o que os músicos devem fazer antes que, uma orquestra possa tocar peças que soem boas?

Bruce e Don se entreolharam, achando que a conversa estava se tornando muito infantil e imaginando onde a mãe queria chegar.

—Bem, acho que eles precisam tocar juntos, disse Don. Se eles não o fizerem, então a música também não estará combinando.

— Certo, disse a mãe. Não será harmoniosa. Agora eu quero que vocês ambos pensem no seguinte. Nossa vida aqui em casa, sua vida na escola, a vida do papai no escritório, tudo pode ser comparado ao trabalho de um músico na orquestra. Todas as pessoas desta casa tocam juntos a mesma música. Todos os alunos da escola tocam juntos a mesma peça musical. 


Todos os trabalhadores do escritório do papai tocam juntos a mesma peça musical. Se todos os músicos se harmonizarem uns com os outros, a música será boa e agradável para todos, mas se um só dos músicos se recusar a harmonizar-se com os outros, a música ficará prejudicada e será desagradável para os que a estão executando ou os que a estão ouvindo. Quando um aluno da sua classe causa problemas, o que acontece?

—O professor fica louco, e algumas vezes nós também ficamos, disse Don.

—E os outros conseguem aprender as lições quando isso acontece? Perguntou a mãe.

Os rapazes abanaram as cabeças.

—E o que vocês acham que acontece quando alguém no escritório do papai se recusa a cooperar com os outros ou a fazer o seu trabalho?

—Com certeza será despedido, disse Bruce.

—Claro, se isso durar muito. Bem, eu não posse despedir vocês, a mãe continuou e os garotos sorriram embaraçados, mas com certeza eu não posso fazer o meu trabalho com tranquilidade, nem o papai, quando vocês estão no meio de uma discussão. Quando vocês brigam, ou lutam, ou o que quer que vocês chamem a isso, vocês estão perturbando a harmonia da nossa casa e, pelo fato da harmonia estar perturbada, as pessoas da casa ficam perturbadas e a vida não é tão agradável como seria se houvesse harmonia.

Os rapazes ficaram em silêncio por algum tempo. Por fim, Bruce disse:

—Acho que nós nunca pensamos nisso deste modo. De vez em quando, você e o papai também discutem —mas nunca como Don e eu, acrescentou depressa, e nós sempre nos sentimos mal quando vocês discutem. Deve ser por causa disso.

—Mas nós nunca pensamos que quando nós estamos brigando isso pudesse fazer vocês se sentirem assim, acrescentou Don. Acho que nós também somos parte da música nesta casa.

—Vocês são mesmo, sorriu a mãe, muito mesmo. Vocês dois são tão importantes nesta família como qualquer de nós, e o que vocês fazem ou como vocês agem, nos afeta a todos.

— Muito bem, companheiro, Bruce disse para Don, vamos tentar ser mais harmoniosos? Eu não vou mais desafinar se você também não sair do tom.

— Concordo, disse Don e rindo, os rapazes trocaram um aperto de mãos.

— Minha senhora, disse Don, ainda rindo para a mãe, a sua orquestra vai ser bem mais afinada daqui por diante. Acho até que você deve começar a cobrar para os concertos.

A mãe sorriu, olhando seus filhos subirem a escada, pela zombaria bem-humorada deles, bem diferente das palavras ofensivas que usaram na sua última briga.

— Por que eu não pensei nisto antes, disse para si mesmo. Eu tive sempre a certeza que, bem lá no fundo, esses rapazes eram muito amigos um do outro. Vai ser maravilhoso ter uma prova disso, de hoje em diante.

Fim