20/01/2017

AS AVENTURAS DE REX E ZENDAH NO ZODIACO (Sagitário)

Rex e Zendah no Zodíaco - Na Terra do Arqueiro (Sagitário) Imagem da revista "Rays from the Rose Cross", editada por Rosacruz e Devoção

Original de Esme Swajnson
Os meninos estavam muito contentes quando diante dos portões da terra seguinte, pois mesmo de fora, pareciam agradáveis e acolhedores. Lembraram aos meninos o fogo que sua mãe acendia na lareira, no inverno, porque lançavam chamas azuis e depois esverdeadas.

Havia figuras em movimento sobre estes portões, como os primeiros que eles visitaram, mas não puderam vê-las bem devido às luzes cintilantes que saiam da sua superfície. A única coisa que eles puderam ver claramente foi um rolo de papel com letras prateadas perto da parte superior dos portões. Depois de observá-lo cuidadosamente durante algum tempo, os meninos viram que lá estava escrito:

"APONTA PARA A ESTRELA E ACERTA NA LUA".

"Que quer dizer isso? perguntou Rex.

'Tem algo a ver com atirar", respondeu Zendah, "devemos procurar alguma coisa para atirar".

Procuraram em redor e logo acharam um arco muito pequenino pendurado a um lado do portão, e também uma pequena bolsa de setas ao lado.

– "Não podemos, ambos, usá-lo ao mesmo tempo", explicou Rex.

"Eu, penso que sou melhor atirador".

Apanhou o arco e apontou uma seta para o portão, mas errou e acertou no pilar da esquerda. Apontou novamente e acertou o pilar da direita.

  "Pensei que você fosse melhor atirador", riu Zendah. "Experimente apontar mais alto".

Rex apontou para um lugar acima do portão e acertou num pequeno escudo bem abaixo do rolo de papel que ele não havia percebido antes.

Imediatamente todo o portão ficou iluminado, podendo-se ver ao centro uma seta grande, de fogo. De cada lado estava um personagem, metade homem e metade cavalo; um deles estava vestido com linda armadura e o outro com peles grosseiras como um selvagem.

Uma voz pediu a senha e os meninos responderam: "Liberdade".

  "Entrem livremente, Rex e Zendah, na terra do Arqueiro", ouviu-se em resposta. Como nas outras terras, os portões abriram-se imediatamente.

Um jovem vestido com uma pequena túnica azul, pernas nuas e sandálias como os antigos gregos, correu ao encontro dos meninos. Segurava, com uma correia dois elegantes galgos. Levantando sua mão direita num gesto de saudação, deu-lhes as boas vindas e convidou-os a segui-lo.


Era uma terra linda com planícies onduladas cobertas de grama e cercadas de pequenas cadeias de montanhas. Aqui e ali, graciosos templos com pilares resplandecentes de diferentes pedras coloridas como aqueles que ainda se podem ver na Grécia ou em Roma. Levando aos lábios um apito de prata, o guia fez soar uma nota limpa e imediatamente surgiram quatro magníficos cavalos.

–'Sabem montar?" perguntou ele.

— "Sim", gritaram as crianças, porque já haviam passeado à cavalo nos campos próximos de sua casa, Rex montou num cavalo preto; Zendah, num cavalo branco e o guia ficou de pé, com um pé sobre um cavalo baio e o outro num tordilho. Com as rédeas nas mãos, ele dirigia os quatro cavalos. Partiram e com alegres gritos de animação os cavalos voavam como o vento pelos caminhos. Os cavalos, não estavam encilhados e os meninos seguravam nas crinas dos cavalos, porque estes iam tão velozes que era necessária toda atenção para não cairem.

Por toda parte viam quantidades de cavalos de todas as cores e tipos perseguindo caça e correndo, alguns com cavaleiros, outros com cabeça de homem e corpo de cavalo da cintura para baixo. Havia também muitos cães ajudando na brincadeira. Pararam repentinamente defronte de um páteo pavimentado com pedras quadradas, brancas e pretas. Desmontando, o jovem amarrou as rédeas dos cavalos em um anel em um dos postes do portão. Os meninos seguiram-no do centro do páteo até uma curiosa construção feita de metal branco brilhante, com nove lados e nove janelas, uma em cada lado. Não parecia haver caminho de entrada, a não ser voando através de uma janela!

Em torno de cada janela havia uma guarnição de pedra, entalhada com folhas e sinais fantásticos, e em cima de cada uma, uma espécie de pássaro surgindo de chamas.

Seu guia fez um som baixo, interessante, e de súbito toda a frente do edifício abriu-se e eles se encontraram olhando para dentro de um estábulo feito inteiramente de pedra purpúrea, polida como espelho.

   "Veja, Rex, veja!" gritou Zendah, "é Pégaso, o cavalo voador!".

Na verdade, vindo na direção dos meninos, estava o mais bonito cavalo branco que eles jamais viram. Seu pelo brilhante como seda e logo atrás dos seus ombros haviam duas grandes asas prateadas que ele mantinha dobradas ao longo do seu dorso enquanto não voava. Zendah chegou-se perto dele e fez-lhe uma carícia no focinho.


   "Podemos dar um passeio nele?" perguntou ela.

— "Não creio que vocês possam dirigi-lo", disse-lhes o guia sacudindo a cabeça, "e se vocês não puderem, como ele pode voar para toda parte, até mesmo para as estrelas que vocês tem dificuldades para ver, poderá levá-los para uma delas de onde será muito dificil vocês voltarem.

Quando tiverem aprendido todas as senhas das terras do Zodíaco, talvez então estejam aptos a montá-lo e a darem um passeio pela Via Láctea. Nosso Rei dará a vocês um apito de estanho; não será fácil soprar a nota exata para chamar Pégaso, mas quando vocês conseguirem, ele virá e vocês poderão montá-lo.

Depois de deixarem o estábulo, desceram a uma planície coberta da mais linda grama curta e musgo; um verdadeiro tapete de relva, por toda a parte havia bancos cobertos de relva uns adiante dos outros como se fossem degraus de uma escada.

Homens, mulheres e crianças estavam sentados nessas ondulações, olhando outros que estavam no espaço central, tomando parte em toda a espécie de corrida e de jogos.

— "Como parecem alegres e bem humorados", disse Rex depois de ter observado uma das corridas. "Parece que não se preocupam nada com que percam ou ganhem".

Mal foram pronunciadas essas palavras, os meninos viram dois outros que acabavam de terminar uma corrida, ao mesmo tempo, empatados, e estavam discutindo para ver a quem cabia a coroa de folhas de figueira, que era o prémio da corrida.

0 jovem que acompanhava Rex e Zendah foi até eles e disse: "Se vocês não chegam a um acordo terão de ir à presença do Rei".

Chamando mais dois cavalos para aqueles meninos, todos eles montaram e sairam percorrendo as verdes campinas até chegarem a um castelo que tinha nove torres com espirais agudos. Homens vestidos com longas túnicas e capacetes brancos vieram ao seu encontro e os acompanharam desde a entrada até a sala principal. Aí eles viram sentado no seu trono o mais alegre Rei jamais visto, com face rosada e olhos azuis e pestanejantes.

"Com certeza esse rei tem algum parentesco com o velho Rei Repolhudo", pensaram as crianças, pois parecia que ele estava pronto para rir, mesmo quando estava sério! Não era possível a ninguém ficar triste olhando para ele; tinha que se sentir feliz".

Os pagens que estavam de serviço mostraram a Rex e Zendah algumas almofadas nos degraus próximos do trono e depois de se curvarem para o Rei que lhes deu um dos seus alegres sorrisos eles se sentaram.Dois outros pagens trouxeram os dois contendores à presença do Rei Júpiter (pois esse era o seu nome) que pareceu sério por alguns minutos, enquanto ouvia a história.

"Que malucos são vocês", disse ele. "Não tem a mínima importância quem chegou primeiro, pois que ambos vocês correram o mais que puderam. Vocês conhecem o ditado que está por cima da entrada, desta terra: TODOS PODEM APONTAR PARA A ESTRELA, MAS ENQUANTO NÃO TIVEREM PRATICA, NÃO ESPEREM ALCANÇA-LA".

Então Júpiter dividiu a coroa entre os dois que ficaram muito satisfeitos. Júpiter levantou-se do trono e bateu palmas.

— "Tragam o banquete e que meus alegres músicos toquem suas melhores músicas para mostrarem a Rex e Zendah como os súditos do Rei Júpiter podem ser alegres e felizes".

Em poucos minutos apareceram mesas e grandes pratos com frutas, bolos e doces que foram colocados diante deles. Havia abundância de tudo, todos procuraram fazer com que os meninos se sentissem em casa e encheram-nos de presentes de figos e abricós para que os levassem consigo.

Eles não sabiam o que fazer primeiro: se agradecer a todos, se comer as frutas ou se ouvir a música que era muito bonita. Nesse momento, um homem idoso que estava sentado no extremo da mesa levantou-se e ergueu sua mão. Todos silenciaram e ele disse: "Cantemos nossa canção de gratidão aos anjos por nos terem auxiliado a cultivar toda estas lindas frutas".

Um glorioso hino de agradecimento foi cantado por todos Terminado o hino as crianças foram levadas de novo diante do trono de Júpiter.

Aí, Rex recebeu o prometido apito e Zendah recebeu uma estrela de nove pontas feita de carbúnculo, e para seu desapontamento, disseram-lhe que era tempo de partirem.

Jamais eles estiveram antes em um lugar onde todos fossem tão generosos, nem de onde ficassem tão tristes por terem de sair.

Afinal seus guias trouxeram seus cavalos até à porta do palácio e eles montaram. Desta vez permitiram que eles mesmos dirigissem os cavalos de volta ao portão de entrada. Centenas de pessoas acompanhavam os meninos para se despedirem. Quando chegaram do lado de fora dessa terra maravilhosa e os portões aos poucos se fecharam, eles ouviram vozes gritando:

— "Adeus, adeus; voltem breve; ficamos muito contentes em ver vocês".

"Eu amo essa terra do Arqueiro", disse Zendah.

"Por certo", replicou Rex. "é o seu signo!".

As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco – tradução pela Fraternidade Rosacruz – Sede Central do Brasil publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980 - 81. O original de Esme Swajnson. Publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61 e novamente nos anos 1996-97.

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