"Mãe... eu não
queria acordar. Estava vivendo um lindo sonho e, então começou a contar o que
havia sonhado, já nos braços maternos que a envolviam numa ternura onde não
existia mais pressa, nem atraso.
Sabe... eu estava
sonhando com o Mundo do Vale dos Brinquedos. Eles tinham vida, mas mudavam a
forma, bastava que desejassem.
Sabe como eu faço para
chegar ao vale? Imagino uma montanha em forma de escorregador, coberta de relva
macia. Sento-me e vou escorregando gostosamente até chegar ao vale. E um mundo
mágico! Mil cores! Mil formas!
Tinha uma boneca que se
parecia comigo, que se transformava, sorria e brincava. Era uma boneca de
verdade!
E o lagarto parecia estar
em seu verdadeiro habitat. Camuflava-se junto aos brinquedos, tornando-se
invisível. Era impossível encontra-lo. Depois aparecia balançando a cabeça,
olhando pra gente. Descobri que além de ser o mestre da camuflagem era também
um gozador.
Gostaria que visse o
cavalo de vidro! Fascinante! Inesquecível! O seu pelo era de uma cor castanho que
lembrava o mel mais puro e sua crina e seu rabo eram mais claros. Tudo era
incrivelmente real"!
Sua mãe olhou-a
profundamente e disse baixinho no seu ouvido: "Que bom que sabes viver
teus sonhos".
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