21/05/2017

AS AVENTURAS DE REX E ZENDAH NO ZODÍACO (Gêmeos)

Rex e Zenda no Zodíaco - na Terra dos Gêmeos Imagem do original da revista "Rays from the Rose Cross", editada por Rosacruz e Devoção








                                                                        Original de Esme Swajnson.

O portão da terra dos Gêmeos era delicado e diáfano, quase tão fino como uma teia de aranha. Dava a impressão que se poderia passar por ele mas ao mesmo tempo ele barrava a passagem. Sua principal característica é que movia-se de leve, constantemente, de modo que nunca se sabia para qual parte dele se estava olhando. 

Bem no centro havia um ponto de interrogação cercado por borboletas de metal cujas asas eram extraordinariamente lindas, como nunca se viu em borboletas reais. Os pilares do portão eram diferentes. Um era preto, tendo em cima a cabeça de um menino preto, carrancudo; o outro era dourado e encimado por uma cabeça de menino branco, de rosto sorridente. 



Rex e Zendah observaram atentamente o portão, embora seu movimento constante dificultasse a observação, procurando um modo de entrarem. Estavam ansiosos para entrar pois parecia uma terra alegre. 

_"Não vejo nada que nos Ajude", disse Rex, "acho melhor vermos no livro de Hermes."

Abriram o rolo e onde havia o símbolo da Terra dos Gêmeos, leram: "Observe o lado direito do portão; lá você verá um canudo de prata. No lado esquerdo você achará uma taça dourada, cheia com um líquido. Rex deverá fazer com um canudo uma bola perfeita e Zendah deverá soprá-la até levá-la exatamente em cima do ponto de interrogação que há no portão; nessa ocasião os Guardiães serão vistos e pedirão a senha".

_ "Que beleza!" exclamou Rex, "temos de fazer bolas de sabão e isto é fácil."

- "Não creio que seja tão fácil quanto parece" - respondeu Zendah, balançando a cabeça.

Logo encontraram o canudo e a taça dourada e Rex sentou-se no chão, próximo ao portão, enquanto Zendah ficou de pé, perto, para tentar soprar as bolas na direção ordenada, logo que Rex as fizesse.
Não foi fácil. Primeiramente nenhuma das bolas era perfeita e quando Rex conseguiu fazer uma, ela, ao solta-se do canudo, desceu ao chão e eles não conseguiram fazer com que subisse antes de arrebentar. Tentaram inúmeras vezes até que uma bola perfeita subiu lentamente mas arrebentou quando atingiu o lado esquerdo do portão. Outra bola perfeita foi soprada contra o lado direito do portão onde arrebentou. Somente na terceira tentativa Zendah conseguiu soprar a bola na direção certa. A bola foi subindo, subindo, brilhando com as cores do arco-íris. As crianças esperavam ansiosamente até que a bola atingiu a parte de cima do ponto de interrogação onde "bang", arrebentou. No mesmo instante ouviram um riso e duas vozes gritaram:
_ "Digam-nos os Nomes deste portão."

_"Alegria e Vivacidade", responderam os meninos.

As vozes disseram:
_"Entre Zendah com alegria e Rex com vivacidade."

O portão dividiu-se ao meio e abriu-se rapidamente com um movimento súbito.

Uma multidão de meninos e meninas correram para eles e puxaram-nos para dentro, todos falando ao mesmo tempo.
_"Venham comigo. de onde vieram?" "Como se chamam?" "Vou mostrar-lhes nossa escola." "Não,deixem-me levá-los à nossa", disseram vários meninos.

Rex e Zendah foram puxados de um lado para o outro, ficando sem saberem para onde ir. era certo que nenhuma daquelas crianças era tímida. 

Afinal, um jovem alto e magro, com um alegre piscar de olhos, empurrou os outros para o lado e tomando Rex e Zendah pelas mãos gritou:
_"Que vergonha meninos!" Vocês estão desconcertando nossos visitantes e dando-lhes a impressão que não sabemos o que queremos, embora seja verdade que alguns, nesta terra, tenham dificuldades em decidir-se."

Voltando-se para Rex e Zendah perguntou:
_"Vocês já estão com suas asas?"

Os meninos balançaram a cabeça negativamente, perguntando:
_"Que asas?"

_"Oh! penso que você tenham que esperar até que Hermes chegue", disse o jovem, "mas até lá pedirei às borboletas que lhes emprestem umas."

O jovem segurava uma vara de aveleira que brandiu duas vezes sobre sua cabeça. Imediatamente centenas de borboletas amarelas e azuis e de libélulas circundaram-nos.A maior das libélulas, grande como um passarinho trazia em sua boca dois pares de asas sobressalentes; o jovem apanhou-as e amarrou-as aos pés dos meninos.

_"Agora vocês já podem viajar para qualquer parte da Terra dos Gêmeos com rapidez. Que querem conhecer primeiro?", perguntou ele, pois viam que ambos estavam ansiosos para fazer perguntas.

_"Por que parece não ter pessoas velhas aqui?" perguntou Rex. O rapaz sorriu e disse:

_"Por uma razão. Não nos inquietamos e somos tão felizes que sempre permanecemos jovens, e também porque todos os que vêm viver aqui, mesmo por pouco tempo, banham-se na fonte da juventude. Venham ver."

Foram suavemente pelo ar, passando sobre belas florestas onde cresciam campânulas azuis e buganvílias sobre as quais esvoaçavam milhares de borboletas de todas as cores. Chegaram por fim a um bosque de aveleiras, dentro do qual havia uma fonte de um líquido que brilhava feito prata. O líquido movia-se devagar para frente e para trás em ondas largas, embora não soprasse nem a mais ligeira brisa. O ar estava perfeitamente parado masno bosque de aveleiras parecia ventar. O guia convidou-os a sentarem-se e observar.

Logo surgiram voando duas crianças que trouxeram consigo uma senhora idosa que não tinha asas nos pés. As crianças desceram-na gentilmente num dos lados da fonte segurando-a pelas mãos enquanto a senhor a atravessava a fonte. 
Para surpresa de Rex e Zendah, quanto mais a senhora penetrava na fonte, mais jovem se tornava; quando chegou ao outro lado já estava completamente rejuvenescida e em seus pés haviam crescido asas. Quando ela viu o que lhe sucedera, elevou-se no ar com um grito de alegria e juntou-se aos outros jovens que a esperavam na margem da fonte.

_"Realmente não há velhos aqui" disse-lhes o guia levantando-se para reiniciar sua viajem.. "Todos os habitantes daqui passam pela fonte d juventude e enquanto aqui viverem, permanecerão jovens".

Saindo da floresta voaram para a Cidade de Hermes, onde viram os moradores ocupados em diversos misteres, sempre afanosos, como se tivessem o cérebro nas mãos. Como na Terra do Homem do Jarro (Aquário), encontraram hábeis escultores, outros pintavam quadros ou tocavam com perícia instrumentos de música. Outros escreviam ou iluminavam manuscritos ou gravavam em cobre.  Mas o que quer que fizessem, todos pareciam que poderiam deixar seus trabalhos e fazerem os trabalhos dos outros tão bem quanto os seus próprios.

Por toda a parte os trabalhos eram diferentes. Em uma sala um jovem falava a respeito de suas viagens pelas estrelas. Disseram a Rex e Zendah que aquela era uma terra de conferencistas e que qualquer um podia falar bem, embora os habitantes das outras terras dissessem que eles falavam demais. 

Por onde quer que andassem, viam no salão de conferências luzes coloridas e de formas bizarras: centenas de bolinhas flutuando no ar, triângulos, cubos, etc. Seu guia explicava que essas figuras luminosas eram pensamentos que se viam mais facilmente ali do que em outras partes, por que lá tudo era muito vivaz e o ar claro.
Por fim chegaram ao palácio de Hermes. Foi bom que eles tivessem asas nos pés pois não poderiam atingir o castelo. 

O castelo consiste de duas torres circulares, muito altas e estreitas ligadas por magnífica ponte pênsil que balançava ao sopro da brisa. A entrada principal ficava no meio da ponte.

Todo o castelo estava sobre um mar de mercúrio e se movia incessantemente sobre este mar. Unicamente ao meio dia e à meia noite em ponto o castelo estava no meio e essa era a ocasião em que se podia voar para a entrada. Em outra ocasião, seria impossível chegar ao castelo.

_"Agora", disse-lhes o guia, "observem atentamente e sigam-me, no momento em que o castelo estiver no meio, pois de outra forma vocês não poderão ver Hermes enquanto estiverem na terra."

Ouviram-se badalar os sinos do alto da torre da esquerda. Quando pararam de soar, duas notas profundas saíram dos sinos da torre da direita. Chegara o momento. Eles, tinham que voar para a entrada com a velocidade do pensamento e estavam sem fôlego quando chegaram aos degraus da escadaria. Imediatamente o castelo pôs-se a mover, novamente, mas de onde eles estavam parecia-lhes que a terra é que se movia e não o castelo. 

No pórtico, dois pagens, um menino e uma menina, puxaram as cortinas. Eram tão parecidos que Rex e Zendah exclamaram:

_ "Mas vocês são gêmeos!"

Os dois se entreolharam e sorriram:
"Só os gêmeos são utilizados no Palácio de Hermes."

Tudo eram em pares, até as paredes de onde pendiam espelhos coloridos de tal maneira que se você parasse um instante, veria dois de você . Atravessando a ponte e subindo ao topo das torres, entraram na sala do trono que estava suspenso e ladeado por cortinas amarelas amarradas a báculos, lá em cima, nas paredes.

Os pagens disseram que essas cortinas eram mudas constantemente, havendo um modelo diferente para cada dia, pois, quem naquela terra, desejaria ver sempre a mesma coisa?

No meio da sala havia espelhos, como nos corredores, e também estátuas de homens correndo ou voando. em cima pendiam inúmeras fileiras de sinos de prata. No fim da sala, erguiam-se duas plataformas, cada uma com um trono,: um amarelo, e o outro púrpura. Hermes estava sentado no amarelo. Sorriu e deu as boas vindas aos meninos. 

_" Imagino que vocês querem saber porque tenho dois tronos, não?" Quando todos, nesta terra, fazem tudo direito, uso o trono amarelo, mas quando encontro algo errado, o que acontece às vezes, uso o trono de cor púrpura.".

_" Toquem os sinos de boas vindas". gritou ele elevando o seu cetro. Os sinos executaram alegre canção. 
_"Tudo aqui é juventude, atividade e prazeres, mas há também uma lição a aprender".

Dizendo isso, Hermes levou-os a um pequeno quarto situado ao lado da sala. Aí os meninos viram uma caixa sobre a mesa, cercada de estranhos instrumentos. Sobre a parede liam-se as palavras:
" Não calunieis, nem dê ouvidos às calúnias".
A caixa é a de Pandora. Faz muito tempo, os deuses deram uma caixa aos homens dizendo-lhes que ela lhes traria felicidade enquanto não a abrissem. Mas Pandora era muito curiosa e abriu a caixa. Imediatamente saíram da caixa todos os males e doenças que os deuses haviam aí encerrado. Só a esperança permaneceu dentro da caixa.

_" Quando os nossos meninos ficam muito faladores, muito curiosos ou turbulentos, são trazidos para cá a fim de se lembrarem da velha história". 

_"Vêem esses instrumentos? Os homens os fizeram na terra para com eles fecharem a boca dos que falam muito. Nós conservamos cópias deles aqui como um aviso contra o falar demasiado".

Voltaram ao salão do trono. Os pagens vinham constantemente trazer cartas e mensagens a Hermes. era difícil compreender como Hermes podia atender a todos eles. finalmente um pagem trouxe lindos pares de asas, semelhantes às que Hermes usava nos pés, e deu-os um a Rex e outro a Zendah, para substituirem as asas da libélula que haviam usado então.

_"Agora vocês possuem os sapatos da ligeireza. Eles servem para muitos fins, como vocês verão, mas usem apenas no serviço aos outros. As asas da libélula não servem para trabalhos pesados. Alguns dos meus filhos acham que servem, mas logo verificam que não podem voar longe. A joia que lhes dou é a calcedônia; ela é a senha desta terra, lembrando a vocês para serem os verdadeiros mensageiros dos deuses, levando a esperança e a alegria onde vocês forem. Tornarei a encontrá-los no último portão para levá-los de volta à casa. Agora não posso mais ficar porque nosso Senhor, o Sol, mandou me chamar". 

Voltando, passaram pela ponte pênsil e pelo lago de mercúrio. Passaram pela cidade de Hermes onde algumas crianças entravam em edifícios que pareciam escolas. Passaram pelo bosque de borboletas e pela fonte da juventude. Chegaram ao portão de entrada e o mesmo grupo de crianças que os recebeu gritou-lhes, enquanto os portões se fechavam: 
_" Não se esqueçam de como se fazem bolhas alegres!"

AS AVENTURAS DE REZ E ZENDAH - O COMEÇO

As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco – tradução pela Fraternidade Rosacruz – Sede Central do Brasil publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980 - 81. O original de Esme Swajnson.foi publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61 e  novamente nos anos 1996-97.